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Produtores de SP e MG Colhem Café com Pegada de Carbono Reduzida e Inovam na Sustentabilidade

Com métodos de cultivo distintos e foco em práticas regenerativas, cafeicultores adotam fertilizante à base de biometano e integram projeto pioneiro que alia qualidade e responsabilidade ambiental.

Os cafeicultores Juliana e Flávio Pereira Mello, junto com Diogo Dias Teixeira de Macedo, estão à frente de duas propriedades cafeeiras localizadas a cerca de 90 km uma da outra — uma em Monte Santo de Minas (MG) e a outra em São Sebastião da Grama (SP). Além da distância, as fazendas se diferenciam pelo método de cultivo: enquanto a mineira é mecanizada, a paulista mantém o trabalho totalmente manual.

Somadas, as duas áreas abrangem 371 hectares de cafezais que têm um ciclo de vida de até 30 anos, funcionando como verdadeiros “bunkers de carbono”, ao reterem CO₂ por décadas. Comprometidos com a produção de um café cada vez mais sustentável, os produtores deram um passo adiante ao adotar um novo fertilizante de fonte renovável — fabricado a partir de biometano.

Os primeiros grãos cultivados com essa nova tecnologia já foram colhidos e marcam um avanço significativo na busca por uma agricultura de baixíssima emissão. Para Flávio, engenheiro agrônomo e administrador da Fazenda Nova Aliança, em Monte Santo de Minas, o uso do adubo sustentável não apenas preserva o meio ambiente, mas agrega valor ao produto final.

“Abracei a ideia do fertilizante porque a qualidade seria mantida com mais sustentabilidade”, afirma Flávio. Em sua propriedade, que tem 264 hectares — sendo 150 destinados ao café, 58 de mata nativa preservada e os 20% exigidos de reserva legal — já existe um forte compromisso com a conservação do solo. “Usamos uma mistura natural com extratos de plantas como tomilho, melaleuca, alho e cactus”, completa. O novo fertilizante foi aplicado inicialmente em 5 hectares.

O trio de produtores faz parte de um grupo de 39 cafeicultores selecionados pela Yara Fertilizantes, multinacional norueguesa especializada em soluções à base de nitrogênio, em parceria com a Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do mundo. A iniciativa promove o uso de um adubo feito a partir de biometano, capaz de reduzir em até 40% a pegada de carbono na produção de café.

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