
No cenário altamente competitivo do futebol profissional, a diferença entre sucesso e fracasso nas contratações pode estar nos dados e na capacidade de analisá-los estrategicamente. No Atlético-MG, essa transformação digital está sendo impulsionada pela Dadosfera, plataforma brasileira especializada em Data, Inteligência Artificial (IA) e Analytics.
O clube enfrentava dois grandes desafios: uma alta rotatividade na equipe de engenharia de dados e uma infraestrutura fragmentada de informações, com dados fornecidos por empresas terceirizadas e distribuídos em diferentes sistemas. A parceria com a Dadosfera unificou esse ecossistema.
Decisões estratégicas baseadas em dados em tempo real
Com a integração dos dados na plataforma Dadosfera, o Atlético-MG passou a contar com uma base única e confiável de informações, atualizada em tempo real. Isso permite que líderes do clube tomem decisões rápidas e embasadas sobre contratações, desempenho físico e técnico dos jogadores.
Hoje, o clube recebe dados quantitativos de atletas de mais de 40 ligas ao redor do mundo, organizados em uma única base de análise. A cada partida, entre 2.000 e 3.000 ações por jogador são registradas — desde movimentações em campo até finalizações.
Esses dados alimentam modelos estatísticos e algoritmos preditivos, que ajudam a identificar padrões, antecipar comportamentos e ajustar estratégias durante a temporada. No entanto, a tecnologia não substitui o olhar humano: os dados são combinados com análises de vídeo feitas por profissionais para orientar a comissão técnica e a diretoria.
“A Dadosfera constrói a estrada e entrega um bom carro, mas somos nós que decidimos o caminho e dirigimos até o destino”, explica Leo Sá Freire, Head de Analytics do Atlético-MG.
Segurança da informação e propriedade intelectual
Outro pilar importante da parceria é a segurança cibernética e a proteção da propriedade intelectual. A Dadosfera trata, padroniza e entrega os dados por meio da plataforma, mas os modelos de análise, critérios de score e decisões finais pertencem exclusivamente ao clube.
“É como usar o Word para escrever um livro. A ferramenta é a mesma, mas o conteúdo é exclusivo de quem escreve”, compara Luis Martins, CEO e cofundador da Dadosfera.
Análises preditivas, prescritivas e o futuro da performance atlética
Com a nova estrutura de dados, o Atlético-MG já implementa análises preditivas e prescritivas. A preditiva pode apontar, por exemplo, a probabilidade de derrota em determinado jogo; já a prescritiva indica ações concretas para mudar esse cenário, como escalar outro jogador ou alterar o posicionamento em campo.
Para o futuro, o clube planeja explorar dados biomecânicos, que permitam entender mais profundamente os movimentos dos jogadores. Essa abordagem já é utilizada em esportes como o beisebol, mas ainda é pouco explorada no futebol brasileiro.
“Esse é o terceiro estágio da análise: o desenvolvimento de atletas melhores. Ainda estamos longe disso no Brasil, mas já conseguimos visualizar esse futuro”, afirma Freire.