
Durante o Fortinet Cybersecurity Summit Brasil 2025 — um dos principais eventos de cibersegurança do país, que reuniu quase 4 mil profissionais de todo o Brasil – o vice-presidente de Engenharia da Fortinet, Alexandre Bonatti, compartilhou impressões e insights sobre as tendências e os desafios atuais do setor. Em entrevista exclusiva, Bonatti destacou tanto as oportunidades proporcionadas pelas tecnologias emergentes quanto a necessidade de se manter à frente das ameaças cibernéticas.
Ao ser questionado sobre sua percepção do evento, Bonatti afirmou que os resultados superaram as expectativas:
“Foi até melhor do que a gente esperava. Este evento já é uma referência no mercado de cibersegurança, especialmente por reunir quase 4 mil pessoas de diversas regiões do Brasil. Isso demonstra o quão crítico o tema é para as empresas e a relevância que ele tem dentro das organizações.”
Para Bonatti, a alta participação de líderes e referências de mercado ressaltou o valor do encontro, que se consolidou como um espaço de diálogo e troca de ideias essenciais para a evolução do setor.
Outro ponto abordado foi a aplicação de inteligência artificial (IA) e machine learning (ML) na cibersegurança. Segundo o executivo, a força dessas tecnologias está na análise de dados para antecipação de ataques e redução do tempo de resposta:
“A chave da IA e do machine learning é, sem dúvida, a disponibilidade de dados – e na área de cibersegurança os dados não faltam. Com mais de um milhão de sensores espalhados mundialmente, a Fortinet utiliza esses dados para implementar soluções preditivas. Isso permite automatizar o tempo de resposta aos incidentes, reduzindo o impacto dos ataques e minimizando a fadiga dos analistas, que atualmente recebem uma avalanche de alertas.”
Bonatti enfatizou que a tecnologia não vem para substituir o profissional, mas para otimizar o trabalho dos analistas de SOC (Centros de Operações de Segurança), permitindo uma triagem mais assertiva das ameaças e uma atuação mais preventiva.
A discussão sobre computação quântica também foi abordada durante a entrevista. Bonatti explicou que, embora a computação quântica ainda pareça algo distante e “cinematográfico”, seus avanços podem trazer implicações profundas para a segurança digital:
“O desafio maior está em como a computação quântica pode quebrar os protocolos de criptografia que utilizamos atualmente – como HTTPS e VPN IPsec – em questão de minutos, ao invés de décadas como se imagina hoje. Já existe a preocupação de que ciberatacantes estejam armazenando dados criptografados para decifrá-los futuramente com essa tecnologia. Pensando nisso, estamos implementando mecanismos de criptografia resistentes à computação quântica, que podem ser utilizados já hoje para proteger os dados no futuro.”
Segundo Bonatti, a preparação para as mudanças tecnológicas é fundamental. Ele ressaltou que na área de segurança, “nunca podemos dar um passo atrás”, pois os impactos dos ataques se somam rapidamente se houver atraso na resposta.
A entrevista com Alexandre Bonatti evidencia o comprometimento da Fortinet em liderar o avanço da cibersegurança por meio da inovação e da adaptação às novas tecnologias. Com iniciativas que incluem o uso intensivo de IA e a preparação para os desafios da computação quântica, a empresa reafirma sua posição de referência no mercado e seu compromisso em proteger dados em um cenário tecnológico em constante evolução.