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Inovação no campo transforma o agro em protagonista da solução climática no Brasil

Do robô solar que cuida das lavouras aos bioinsumos que regeneram o solo, o setor agro se reinventa para enfrentar mudanças climáticas e se destaca como marca verde em debates globais.

O agronegócio brasileiro vem assumindo um papel cada vez mais ativo no combate às mudanças climáticas, deixando de ser apenas produtor de alimentos para se tornar agente de transformação. Inovações como robôs movidos a energia solar, bioinsumos que regeneram o solo e plataformas capazes de antecipar eventos climáticos extremos estão redesenhando o perfil do setor no país.

Nos últimos anos, o Brasil se consolidou como um polo global de inovação agrícola. De acordo com o Sebrae, o número de agtechs — startups dedicadas a soluções para o campo — cresceu 75% entre 2019 e 2024, saltando de 1.125 para 1.972 empresas. Essas iniciativas têm atuado em frentes como aumento da eficiência produtiva, uso racional de recursos naturais, rastreabilidade e certificação de cadeias produtivas e ferramentas para adaptação a eventos climáticos severos.

Entre os destaques tecnológicos está o robô Solix, sistema autônomo movido a energia solar capaz de analisar a saúde das plantas, detectar ervas daninhas e pragas, monitorar o ecossistema e aplicar pulverizações precisas, reduzindo em até 95% o uso de herbicidas. Além de eliminar pragas sem agrotóxicos, o equipamento evita a compactação do solo, contribuindo para a sua preservação.

Paralelamente, práticas agroecológicas e regenerativas vêm ganhando força, como plantio direto, recuperação de pastagens e sistemas agroflorestais, que ajudam a sequestrar carbono e restaurar ecossistemas. Estudos indicam que, se aplicadas em 30% das áreas agrícolas das Américas, essas práticas poderiam mitigar até 40% das emissões do setor ao longo de 20 anos.

O movimento também se reflete na participação ativa do agro brasileiro na agenda climática internacional. A Embrapa, em parceria com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), lançou os “Diálogos pelo Clima” em preparação para a COP 30, que será realizada no Brasil em novembro. O objetivo é colocar tecnologias de baixo carbono, integração lavoura-pecuária-floresta e bioinsumos no centro das discussões globais, fortalecendo a imagem do Brasil como protagonista na busca por soluções sustentáveis.

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