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Agro brasileiro expande presença no México enquanto tarifaço dos EUA intensifica o jogo regional

Com restrições norte-americanas, o Brasil vê no México um aliado estratégico: frutas, carnes e novos mercados impulsionam exportações, enquanto políticas tarifárias instigam aproximações bilaterais mais sólidas.

Com restrições impostas pelos Estados Unidos, o agronegócio brasileiro vem encontrando no México um aliado estratégico. Frutas, carnes e outros produtos estão ganhando espaço no mercado mexicano, impulsionando as exportações e fortalecendo relações bilaterais em meio às políticas tarifárias norte-americanas.

Nos últimos meses, o México se consolidou como o país que mais abriu mercados para produtos agrícolas brasileiros desde 2023, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária. De janeiro de 2023 a agosto de 2025, as vendas para o mercado mexicano somaram US$ 870 milhões, o equivalente a mais de 50% do total negociado com novos destinos no período. Egito, Vietnã, Turquia e Argélia aparecem na sequência, mas com participação bem menor.

Entre os produtos mais exportados para o México, destacam-se as proteínas animais. Apenas em 2024, o Brasil vendeu cerca de US$ 214 milhões em carne bovina e US$ 102,6 milhões em carne suína para o país, mercados que haviam sido recentemente abertos.

Esse avanço foi impulsionado pelo chamado “tarifaço” do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que impôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. A medida acelerou o plano do governo brasileiro de diversificar mercados e reduzir a dependência do comércio com os Estados Unidos. Segundo o ministério, 400 novos mercados foram abertos entre 2023 e agosto de 2025, gerando US$ 1,73 bilhão em exportações. México, Egito e Vietnã respondem por quase 70% desse valor.

No campo diplomático, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Claudia Sheinbaum têm sinalizado interesse em aprofundar os laços comerciais entre Brasil e México. As negociações incluem a modernização de acordos já existentes ou a criação de novos tratados mais ambiciosos, com foco não apenas no agronegócio, mas também em setores como indústria aeroespacial e farmacêutica.

Esse movimento é visto como uma resposta ao protecionismo norte-americano e também como parte de uma estratégia mais ampla de integração latino-americana, visando fortalecer a economia regional, ampliar a segurança alimentar e garantir maior soberania comercial.

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