A proximidade da COP30 — Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas que ocorrerá em Belém (PA) em novembro de 2025 — vem sendo vista pelo setor de mineração como uma janela estratégica para consolidar sua reputação e expandir sua atuação em sustentabilidade. Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com empresários de diversas regiões do país revelou que 54% enxergam a conferência como “relevante” para seus negócios, e o mesmo percentual acredita que o evento terá impacto positivo no setor.
Esse otimismo é particularmente forte nas regiões Norte-Centro-Oeste (64%) e Nordeste (60%). Além disso, 75% dos entrevistados avaliam que a COP30 poderá fortalecer a imagem da indústria brasileira no exterior, inclusive como fornecedora de soluções para a crise climática, como biocombustíveis, hidrogênio verde e energias renováveis.
O evento COP30 também é visto como a chance de transformar “ambição em ação”, com mobilização de financiamento que viabilize compromissos verdes, conforme apontado por Davi Bomtempo, superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI.
Contudo, esse cenário otimista não está isento de críticas. Organizações socioambientais alertam que a conferência pode acabar sendo capturada por interesses de grandes setores como agronegócio e mineração, configurando um exemplo de “greenwashing”: empresas que patrocinam o evento se posicionam como sustentáveis, porém muitas ainda mantêm práticas controversas que afetam comunidades tradicionais.
