
Um dia após os Estados Unidos anunciarem sanções a brasileiros ligados ao programa Mais Médicos, a embaixada americana em Brasília publicou uma mensagem em rede social afirmando que o programa seria um “golpe diplomático” e que o governo de Donald Trump continuará responsabilizando todos os envolvidos no esquema.
Criado durante o governo de Dilma Rousseff e retomado na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Mais Médicos tem como objetivo levar profissionais de saúde a municípios do interior e periferias de grandes cidades, especialmente onde a presença de médicos é insuficiente para atender a população.
O programa também abriu espaço para médicos estrangeiros, com médicos cubanos atuando no Brasil por meio de uma parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Nesta quarta-feira (13), o governo americano anunciou sanções contra dois brasileiros ligados à implementação do programa. No dia seguinte, a embaixada americana reforçou que “todos” os envolvidos serão responsabilizados, classificando o programa como um esquema que explorou médicos cubanos e beneficiou o regime cubano.
Em defesa do programa, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o Mais Médicos sobreviverá a ataques injustificáveis e destacou que o programa salva vidas e é aprovado pela população brasileira.
O presidente Lula também defendeu o programa, ressaltando que a relação do Brasil com Cuba é de respeito, especialmente considerando o bloqueio econômico imposto ao país há 70 anos. Em declaração a Mozart Sales, atual secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, que teve o visto americano cancelado por ligação com o Mais Médicos, Lula afirmou:
“Mozart, não fique preocupado com o visto dos EUA. O mundo é muito grande, o Brasil tem 8,5 milhões de quilômetros quadrados, você tem lugar para andar no Brasil para caramba.”
Os Estados Unidos, por meio do secretário de Estado Marco Rubio, classificaram o programa como um “esquema” que teria burlado sanções contra Cuba, repassando recursos ao regime cubano e utilizando a OPAS como intermediária sem cumprir os requisitos constitucionais brasileiros. Rubio destacou que a medida envia uma mensagem clara de que os EUA promovem a responsabilização de todos os que possibilitam a exportação de trabalho forçado pelo regime cubano.