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A Ascensão da Cloud Híbrida

Por Edgar Zattar

Segundo levantamento da Precedence Research, o mercado global de computação em cloud foi avaliado em US$ 753,11 bilhões em 2024 e tem projeção para atingir aproximadamente US$ 5,1 trilhões até 2034. Esse cenário não apenas evidencia um crescimento acelerado, mas também aponta para uma transformação estrutural nos modelos de consumo e oferta de tecnologia em setores estratégicos da economia mundial.

A mesma pesquisa destaca que a cloud privada foi responsável por 47% da receita global em 2024, liderando o mercado em participação graças à forte demanda de setores altamente regulados e sensíveis à segurança, como saúde, finanças, governo e manufatura. Empresas desses segmentos priorizam soluções que garantem total controle sobre dados críticos, em conformidade com normas como a LGPD e o GDPR.

Entre os principais diferenciais das nuvens privadas, destacam-se:

  • Níveis superiores de proteção de dados sensíveis e propriedade intelectual – proporcionados pela hospedagem interna, controles de acesso dedicados e firewalls robustos;
  • Maior customização, essencial para setores como o industrial, que frequentemente exigem integração com sistemas legados proprietários;
  • Capacidade de suportar grandes volumes de dados com baixa latência, característico de setores como telecomunicações e Indústria 4.0.

O futuro será da Cloud privada?

Apesar da liderança em receita, a pesquisa aponta que o modelo híbrido — que integra ambientes de cloud pública e privada — é o segmento mais promissor para os próximos anos. Essa abordagem combina flexibilidade, otimização de custos e robustez em segurança.

Um estudo do Gartner divulgado no fim de 2024, prevê que 90% das organizações adotarão a cloud híbrida até 2027.

Outro estudo, realizado em maio de 2025 pela Illuminas em parceria com a Broadcom Inc., revela que a cloud privada é hoje vista como estratégica tanto quanto a cloud pública, impulsionada sobretudo pela previsibilidade de custos, pela demanda gerada pela Inteligência Artificial Generativa (GenAI) e pela garantia de segurança e conformidade.

Destaques da pesquisa Illuminas:

  • 53% dos entrevistados afirmam que a cloud privada será a principal prioridade para a implementação de novas cargas de trabalho nos próximos três anos;
  • 84% utilizam cloud privada tanto para aplicações corporativas tradicionais quanto para workloads modernas nativas da cloud.
  • 90% valorizam a visibilidade financeira e a previsibilidade da nuvem privada.
  • 94% relatam pelo menos algum nível de desperdício em gastos com nuvem pública.
  • 49% acreditam que mais de 25% de seus gastos com nuvem pública são desperdiçados, criando oportunidades significativas de otimização.

Além disso, a disseminação de soluções de edge computing deve impulsionar ainda mais a adoção de estratégias híbridas, especialmente em setores que demandam processamento em tempo real e alta disponibilidade, como:

  • Indústria 4.0 – Sensores e máquinas inteligentes gerando grandes volumes de dados que exigem processamento rápido na borda;
  • Saúde – Dispositivos médicos conectados, telemedicina e monitoramento em tempo real de pacientes;
  • Finanças – Processamento ágil de transações, combate à fraude e personalização de ofertas em tempo real;
  • Telecomunicações – Gerenciamento de redes inteligentes (5G) e distribuição de conteúdo de alta demanda.

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