
A Nvidia rejeitou, nesta terça-feira, as acusações da Administração do Ciberespaço da China de que suas GPUs de data center para inteligência artificial, modelo H20, possuem um “kill switch” — função de hardware capaz de desativar remotamente os chips.
Em postagem no blog oficial, o diretor de segurança da empresa, David Reber, afirmou: “As GPUs Nvidia não têm e não deveriam ter kill switches e backdoors”. O comunicado veio após o regulador chinês exigir documentos sobre supostas vulnerabilidades de segurança no H20, voltado ao mercado local, mencionando riscos de “backdoor”, segundo o New York Times.
O caso ocorre em meio a tensões geopolíticas envolvendo a indústria de semicondutores. Os Estados Unidos já impuseram restrições à exportação de determinados chips da Nvidia para a China, alegando riscos de uso militar e para ganho estratégico em IA. Em julho, o governo Trump concedeu isenção temporária para a retomada das vendas, após suspensão anterior.
O H20 representa bilhões de dólares em receita trimestral para a Nvidia, embora o valor específico não seja divulgado. A empresa estimou que teria faturado cerca de US$ 8 bilhões a mais se não fosse a restrição de exportação.
Reber destacou que backdoors secretos são “vulnerabilidades perigosas” que poderiam ser exploradas por hackers, não apenas por governos, e que sua implementação “viola princípios fundamentais da segurança cibernética” e prejudica a segurança nacional dos EUA.
Ele comparou a instalação de um kill switch a “comprar um carro e a concessionária manter um controle remoto para o freio de mão — para o caso de decidirem que você não deve dirigir”. A Nvidia não fez comentários adicionais além da publicação no blog.