Gates Foundation investirá US$ 2,5 bilhões em saúde feminina até 2030 para combater desigualdade global
Apenas 1% da inovação em saúde é voltada às condições específicas das mulheres; iniciativa quer ampliar acesso a tratamentos para endometriose, menopausa e outras doenças negligenciadas

A Fundação Bill & Melinda Gates anunciou um compromisso histórico de US$ 2,5 bilhões até 2030 para transformar a saúde feminina globalmente. O objetivo é romper com o atual cenário de desigualdade na inovação médica, onde apenas 1% dos investimentos são direcionados a condições específicas das mulheres. A iniciativa pretende fomentar mais de 40 inovações voltadas para doenças amplamente negligenciadas, como endometriose, pré-eclâmpsia, menopausa e outras condições que afetam diretamente a qualidade de vida das mulheres.
O foco da ação está nas mulheres que vivem em países de baixa e média renda — que representam mais de 80% da população feminina mundial. Segundo a fundação, investir em saúde feminina não é apenas uma questão de equidade, mas também uma alavanca para o crescimento econômico e a redução da pobreza global.
“Durante muito tempo, as necessidades específicas de saúde das mulheres foram colocadas em segundo plano pela medicina tradicional e pela indústria farmacêutica. Isso precisa mudar, e rápido”, afirmou Melinda French Gates em comunicado anterior sobre o tema.
O aporte bilionário será destinado ao desenvolvimento de diagnósticos, medicamentos, tecnologias acessíveis e soluções de atenção primária voltadas exclusivamente à saúde da mulher. A fundação também pretende fomentar parcerias com governos, instituições de pesquisa e empresas para garantir que essas soluções cheguem às comunidades que mais precisam.
Além dos impactos diretos na saúde, o investimento visa empoderar mulheres ao redor do mundo, melhorar sua produtividade e ampliar sua participação ativa na economia. Para Bill Gates, “a saúde feminina é uma das maiores oportunidades inexploradas para o avanço do desenvolvimento global”.
A iniciativa da Gates Foundation reacende o debate sobre a urgência de uma abordagem mais inclusiva e representativa na ciência e na saúde, e marca um novo capítulo na luta contra a desigualdade de gênero nos sistemas de saúde globais.