Gestão Responsável de Marcas: O Ativo que Sustenta o Seu Negócio
Como o registro, a proteção e a administração estratégica da sua marca garantem crescimento seguro, valorização e longevidade em um mercado globalizado. Por Calza Neto

Você já parou para calcular quanto vale a sua marca? Não estou falando do custo do design ou do que você pagou pela criação do logotipo. Estou falando do que ela representa de verdade: a confiança dos seus clientes, a reputação que você construiu, o espaço que ocupa na mente e no coração do mercado.
A marca é, muitas vezes, o ativo mais valioso de uma empresa. Em fusões e aquisições, ela pode representar mais de 50% do valuation. É o que chamamos de goodwill, aquele valor intangível que, sozinho, pode atrair investidores, abrir portas em novos mercados e transformar um negócio promissor em uma potência global.
Mas há um ponto crítico que poucos consideram: tudo isso pode ser perdido se você não tiver o registro, a proteção e a gestão adequados. Sem registro, sua marca está vulnerável a concorrentes que podem simplesmente registrar antes de você e, legalmente, impedir que você a use. Isso não é exagero. É exatamente como funciona a lei no Brasil: o direito nasce com o registro no INPI, e não com o uso.
No cenário global, o risco é ainda maior. Plataformas de e-commerce e redes sociais não respeitam fronteiras, e a facilidade de copiar nomes e logotipos é assustadora. Em alguns mercados, o princípio do “first-to-file” é absoluto: quem registra primeiro, ganha, e não importa se você é dono da ideia há anos.
O Protocolo de Madri, por exemplo, permite registrar em mais de 120 países de forma centralizada, protegendo sua marca de ponta a ponta. Mas ele só funciona para quem se antecipa.
E proteger não é só registrar. Marcas são ativos vivos. É preciso monitorar se alguém está tentando registrar algo parecido, agir rápido contra falsificações, renovar prazos e alinhar a proteção jurídica com a estratégia de marketing. Pense assim: cada campanha que você faz, cada centavo investido em publicidade, só está seguro se a sua marca estiver blindada.
Empresas que entenderam isso cedo transformaram suas marcas em motores de crescimento. Natura e Havaianas são exemplos claros: protegeram suas marcas antes de expandir, e hoje exploram licenciamento, franquias e parcerias que geram milhões, sem correr o risco de ver sua identidade nas mãos erradas.
Já acompanhei de perto histórias opostas: empreendedores que chegaram a outros países sem registrar e descobriram, tarde demais, que alguém já havia tomado seu nome. O resultado? Custos milionários com rebranding, perda de clientes, barreiras à exportação e até a inviabilização completa do negócio.
O ponto é simples: empreender sem proteger a marca é como construir em terreno alugado, sem contrato. Você investe, constrói, cresce, mas, a qualquer momento, alguém pode tirar de você.
Uma empresa que quer crescer com segurança, precisa olhar para sua marca como um patrimônio estratégico, e não como um detalhe estético. Patrimônio a gente protege, administra e valoriza. E quando falamos de negócios, a proteção da marca é um seguro contra perdas irreversíveis, e, ao mesmo tempo, um passaporte para oportunidades que só empresas bem estruturadas conseguem aproveitar.