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Refinaria dos anos 80 em São Paulo entra no radar da União Europeia para reduzir dependência da China

Jervois planeja retomar operação de refinaria de níquel em São Miguel Paulista; UE avalia investimento estratégico para garantir fornecimento de metal crítico

Uma refinaria de níquel localizada no bairro de São Miguel Paulista, na Zona Leste da capital paulista, construída na década de 1980 pela antiga Votorantim Metais, entrou no radar da União Europeia como potencial solução para reduzir a dependência em relação à China no abastecimento de metais estratégicos para a transição energética. A planta pertence atualmente à mineradora australiana Jervois, que busca retomar suas operações até 2027.

A unidade chegou a empregar mais de 400 pessoas até seu fechamento em 2016, decorrente da queda dos preços internacionais do níquel. Segundo o relatório mais recente, a Jervois adquiriu a refinaria há cerca de três anos e estuda a reconstrução da produção. A decisão final de investimento ainda não foi anunciada, mas há sinais de que a União Europeia pode oferecer recursos financeiros para apoiar o projeto, em linha com sua estratégia global de diversificação da cadeia de suprimentos.

🌍 Estratégia europeia e relevância do níquel

A proposta da UE faz parte de um conjunto de iniciativas destinadas a minimizar a dependência de países como a China, dominante no mercado de metais críticos como níquel, cobalto e lítio, essenciais à fabricação de baterias e tecnologias verdes. A perspectiva de revitalizar uma refinaria no Brasil insere-se nessa estratégia de segurança energética e tecnológica, com foco na resiliência da cadeia global.

⚙️ Perspectivas e impactos

Com operação prevista a partir de 2027, a refinaria de São Miguel Paulista pode se tornar um importante nó na rede de fornecimento de níquel fora da Ásia, além de gerar empregos qualificados e estimular investimentos no setor siderúrgico e de mineração nacional. Para a Jervois, o modelo representa uma oportunidade de expansão fora da China; já para a UE, é parte de uma agenda geoeconômica que prioriza fornecedores mais próximos e confiáveis.

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