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Setor moveleiro do RS paralisa exportações diante de tarifa de 50% dos EUA

Indústrias gaúchas já acumulam prejuízos e temem demissões com a possível taxação sobre móveis brasileiros a partir de agosto

Empresas do setor moveleiro do Rio Grande do Sul enfrentam incertezas e prejuízos com a possível aplicação de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre móveis brasileiros, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto de 2025. Diante da indefinição, exportações foram suspensas e cargas seguem paradas.

Uma fábrica em Bento Gonçalves, maior polo moveleiro do estado, já deixou de embarcar seis contêineres com móveis prontos. Toda a produção está estocada, à espera de um desfecho. “O sentimento é de frustração”, afirma o sócio Edwin Lucci, destacando que os EUA representam até 15% do faturamento da empresa. Segundo ele, redirecionar os produtos para outros mercados é difícil devido à especificidade do mobiliário e à alta concorrência.

O polo moveleiro de Bento Gonçalves reúne mais de 300 indústrias e 6,2 mil trabalhadores. Em 2025, cerca de US$ 4,5 milhões em móveis foram exportados aos Estados Unidos no primeiro semestre — quase 17% dos US$ 27 milhões em vendas totais ao exterior.

Mesmo sem confirmação oficial da tarifa, empresas já reduziram a produção, suspenderam atividades e concederam férias coletivas. “O impacto nos empregos será direto se a medida for implementada”, alerta Cíntia Weirich, presidente do Sindimóveis.

Na última semana, lideranças do setor se reuniram com o governo do estado e o cônsul dos EUA para apresentar os impactos negativos. O Sindimóveis aguarda avanços nas negociações federais para tentar reverter a medida e evitar perdas ainda maiores para a indústria gaúcha.

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