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Fintechs ganham espaço na gestão de patrimônio e desafiam bancos tradicionais

Estudo da EY mostra crescimento das fintechs na preferência dos investidores e reforça a tendência de digitalização no mercado financeiro

As fintechs estão consolidando sua presença no setor de gestão de patrimônio, segundo a nova edição do Global Wealth Research Report, da EY. O levantamento revela que essas empresas aumentaram em oito pontos percentuais sua participação na preferência dos investidores desde 2022, atingindo 18% em 2023.

Enquanto isso, corretoras e instituições financeiras tradicionais perderam força. As corretoras caíram de 30% para 12% no ranking de preferência, enquanto os bancos e gestoras tradicionais recuaram de 53% para 37%.

“Esse movimento reflete a transformação digital que está em curso no setor financeiro. As fintechs têm se destacado por oferecer soluções inovadoras e altamente personalizadas, atraindo principalmente o público mais jovem”, explica Emerson Morelli, sócio de auditoria e líder da EY no setor de Wealth and Asset Management.

A pesquisa entrevistou 3.587 investidores ao redor do mundo, sendo 153 da América Latina — 60 deles brasileiros. Os participantes foram divididos em quatro faixas de patrimônio, começando em US$ 250 mil e ultrapassando os US$ 30 milhões, e incluíram representantes das gerações Baby Boomer, X e Millennials.

Tecnologia, inovação e regulação impulsionam o setor

De acordo com Chen Wei Chi, sócio de transformação digital e inovação para serviços financeiros da EY, a ascensão das fintechs se deve não só à revolução tecnológica, mas também ao ambiente regulatório favorável e ao volume expressivo de investimentos recebidos.

“Essas startups conquistaram espaço ao lançar produtos e serviços que dialogam com as novas demandas do mercado. Isso obrigou os bancos tradicionais a acelerarem suas iniciativas digitais para não perderem relevância”, afirma Chen.

Nos últimos dez anos, as fintechs brasileiras captaram cerca de US$ 10,4 bilhões em investimentos — o equivalente a mais de 66% de todo o volume destinado ao setor na América Latina, segundo dados da plataforma Distrito. O Brasil lidera a região com 58,7% das fintechs ativas, seguido pelo México, com 20,7%. Ao todo, são 2.712 fintechs operando no continente, sendo mais de mil rodadas de investimento realizadas apenas no Brasil.

Beyond Banking e hiperpersonalização moldam o futuro

A criação das figuras regulatórias de SCD (Sociedade de Crédito Direto) e SEP (Sociedade de Empréstimo entre Pessoas), pelo Banco Central em 2018, foi um marco importante para o crescimento do setor. Desde então, as fintechs têm explorado ao máximo o uso intensivo da tecnologia para oferecer serviços personalizados a clientes individuais e empresas.

Esse movimento acompanha uma tendência maior no setor bancário, chamada Beyond Banking, que transforma os aplicativos de bancos em verdadeiros super apps. Além de serviços financeiros como crédito, seguros e investimentos, esses apps agora integram soluções de mobilidade, educação, compras, telecomunicações e muito mais.

Nesse novo cenário, a hiperpersonalização se tornou essencial. As instituições que conseguem antecipar as necessidades dos clientes, oferecendo experiências customizadas e integradas, saem na frente na disputa por relevância e fidelidade no mercado financeiro.

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