No último domingo (20), o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou na rede Truth Social um vídeo gerado por inteligência artificial que simula a prisão do também ex-presidente Barack Obama por agentes do FBI. O vídeo, ao som da música “YMCA” e acompanhado da legenda “Ninguém está acima da lei”, rapidamente se espalhou por diversas plataformas digitais.
Com duração de 1 minuto e 26 segundos, o vídeo começa com Obama dizendo a frase “Ninguém está acima da lei”, seguido por aparições de outras figuras da política norte-americana. A partir dos 40 segundos, o conteúdo exibe uma montagem em que Obama é preso no Salão Oval da Casa Branca enquanto Trump observa a cena sorridente. Em seguida, a simulação mostra o ex-presidente vestido com uniforme laranja em uma cela, atrás das grades.
Embora o vídeo tenha sido originalmente postado no TikTok pelo usuário @neo8171, foi a repostagem feita por Trump que levou o conteúdo a viralizar de forma massiva, especialmente entre seus apoiadores. É importante frisar que o vídeo é inteiramente falso, criado com tecnologias de geração de imagem por IA — conhecidas como deepfakes.
Acusações de conspiração elevam o tom político
O episódio ocorre em um momento de tensão crescente no cenário político dos EUA. Dois dias antes da publicação do vídeo, na sexta-feira (18), a diretora de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, Tulsi Gabbard, acusou Barack Obama de ter conspirado contra Donald Trump após sua eleição em 2016, alegando envolvimento em uma suposta manipulação de informações sobre interferência russa.
Segundo Gabbard, haveria “evidências avassaladoras” de que Obama e membros de seu governo teriam politizado a inteligência nacional para sabotar Trump. Ela defende que tanto o ex-presidente quanto os funcionários envolvidos sejam processados por traição.
Nesse contexto, a publicação do vídeo por Trump não é vista apenas como uma provocação, mas como parte de uma estratégia mais ampla para reforçar narrativas de perseguição e deslegitimação dos adversários políticos — algo que tem se intensificado com o avanço das IA generativas realistas, como o recém-lançado Veo 3, que torna mais difícil distinguir o que é real do que é fabricado digitalmente.
