Um casal de idosos da Malásia percorreu cerca de 370 quilômetros, partindo de Kuala Lumpur até Pengkalan Hulu, após serem enganados por um vídeo gerado por inteligência artificial (IA) que promovia um passeio turístico de teleférico chamado “Kuak Skyride” — uma atração que, na realidade, nunca existiu.
A gravação falsa, que viralizou nas redes sociais, mostrava um suposto trajeto de teleférico com paisagens exuberantes, incluindo uma repórter entrevistando turistas, cenários naturais com animais pastando, um riacho e até a icônica montanha Baling ao fundo. A repórter usava um microfone da fictícia “TV Rakyat” e conversava com supostos visitantes da Tailândia.
Segundo o portal The Independent, o casal só descobriu o engano ao chegar ao hotel na cidade e perguntar à equipe sobre o passeio. A funcionária prontamente esclareceu que o teleférico nunca existiu e que até mesmo a jornalista do vídeo era uma criação digital feita por IA.
Vídeo com aparência realista confundiu até os mais atentos
Com quase três minutos de duração, o vídeo continha detalhes altamente realistas que confundiram o público. Porém, algumas inconsistências chamavam a atenção, como uma mulher que, ao girar, apresentava distorções físicas incompatíveis com a realidade — indício comum em produções de IA generativa.
A idosa chegou a afirmar que pretendia processar a repórter, até ser informada de que ela sequer era uma pessoa real. O caso gerou grande repercussão e reacendeu o debate sobre os perigos de conteúdos hiper-realistas criados por inteligência artificial.
Autoridades locais emitem alerta sobre conteúdo falso
Diante da disseminação do vídeo falso, autoridades malaias se pronunciaram. Yazlan Sunardie Che Yahaya, oficial do distrito de Baling, confirmou que a atração é inexistente: “Claro que não existe. Mas confesso, o vídeo foi emocionante. Nos entreteve bastante”, comentou em tom bem-humorado.
Já o chefe de polícia local, Ahmad Salimi Md Ali, alertou sobre possíveis sanções legais para quem divulgar conteúdos enganosos que causem transtornos à população. “Na era da IA, vídeos falsos se espalham rapidamente. É fundamental verificar a autenticidade antes de compartilhar”, afirmou.
