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Microsoft proíbe engenheiros na China de prestarem suporte a contratos de defesa dos EUA

Medida visa reforçar segurança cibernética após denúncias de envolvimento de engenheiros chineses no suporte à nuvem do Departamento de Defesa

A Microsoft anunciou, na última sexta-feira (18), uma mudança significativa em suas políticas de suporte técnico: engenheiros baseados na China não poderão mais atender clientes ligados à defesa dos Estados Unidos. A decisão foi tomada como resposta a crescentes preocupações de segurança nacional envolvendo o uso de seus serviços em nuvem pelo governo norte-americano.

A alteração ocorre poucos dias após a publicação de um extenso relatório da ProPublica, que revelou a dependência do Departamento de Defesa (DoD) de engenheiros da Microsoft localizados na China para suporte técnico em serviços de nuvem. Segundo o relatório, esses profissionais eram supervisionados por chamados “escoltas digitais” nos EUA, muitas vezes com menor conhecimento técnico, o que levantou alertas sobre potenciais riscos de segurança.

“Em resposta às preocupações levantadas no início da semana sobre engenheiros estrangeiros supervisionados por equipes dos EUA, a Microsoft fez mudanças para garantir que nenhuma equipe de engenharia baseada na China ofereça suporte técnico a serviços de nuvem relacionados ao governo e ao Departamento de Defesa”, afirmou Frank Shaw, diretor de comunicações da empresa, em publicação na rede social X.

A mudança afeta diretamente a divisão Azure, plataforma de nuvem da Microsoft que já representa mais de 25% da receita total da empresa — superando o Google Cloud, mas ainda atrás da AWS da Amazon. De acordo com o último relatório financeiro, mais da metade dos US$ 70 bilhões em receita do primeiro trimestre veio de clientes norte-americanos, muitos deles do setor público.

Embora a Microsoft tenha vencido, em 2019, um contrato de US$ 10 bilhões com o Pentágono, a disputa judicial levou ao cancelamento do acordo em 2021. No ano seguinte, o Departamento de Defesa distribuiu novos contratos em nuvem avaliados em até US$ 9 bilhões entre Microsoft, Amazon, Google e Oracle.

Em resposta às revelações, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, classificou a situação como “inaceitável”, ressaltando que a estrutura de suporte atual é um “legado do governo Obama” e prometeu revisar os sistemas do Departamento de Defesa em busca de vulnerabilidades semelhantes.

A Microsoft reforçou que sempre seguiu as diretrizes do governo dos EUA e reafirmou seu compromisso com a segurança: “Continuamos empenhados em oferecer os serviços mais seguros possíveis, em cooperação com nossos parceiros de segurança nacional”, completou Shaw.

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