
A gigante farmacêutica suíça Novartis anunciou nesta quinta-feira (17) que aposta no Kisqali, seu tratamento para câncer de mama metastático, como o próximo grande sucesso de vendas, enquanto se prepara para a perda da exclusividade de mercado do Entresto, seu principal medicamento para insuficiência cardíaca.
No segundo trimestre de 2025, o Kisqali registrou um crescimento de 64% nas vendas globais em moeda constante, incluindo uma impressionante alta de 100% nos Estados Unidos. Esse resultado consolida a tendência observada no primeiro trimestre, quando as vendas já haviam subido 56%.
Durante uma teleconferência sobre os resultados, o CEO Vas Narasimhan afirmou que o Kisqali tem o maior potencial de superação dentro do portfólio da empresa. O otimismo é impulsionado por projeções da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estimam um crescimento significativo nos casos de câncer de mama até 2050 — chegando a 3,2 milhões de novos diagnósticos e 1,1 milhão de mortes anuais, frente aos 2,3 milhões de casos e 670 mil mortes registrados em 2022.
Além do Kisqali, a Novartis destacou o desempenho promissor de outros medicamentos em seu portfólio oncológico, como o Pluvicto (para câncer de próstata) e o Scemblix (para leucemia mieloide crônica), que também estão “a caminho de se tornarem blockbusters”, segundo o CEO.
A empresa está se preparando para a iminente concorrência no mercado do Entresto, cujo faturamento foi de US$ 7,8 bilhões em 2024, representando cerca de 15% da receita total da Novartis. A patente do Entresto expira nos EUA em 2025, e a farmacêutica espera que fabricantes de genéricos entrem no mercado a partir do segundo semestre, embora o cronograma dependa de disputas judiciais em curso.
Na quarta-feira (16), um juiz federal dos EUA negou o pedido da Novartis para barrar temporariamente a comercialização de uma versão genérica pela MSN Pharmaceuticals antes da expiração da patente.
Ainda assim, as vendas do Entresto cresceram 22% no segundo trimestre. “No curto prazo, é um produto importante para nós”, afirmou o diretor financeiro Harry Kirsch, destacando a importância das ações judiciais para proteger a propriedade intelectual da empresa.
No consolidado do trimestre, a Novartis registrou um aumento de 11% nas vendas líquidas, alcançando US$ 14,05 bilhões, levemente abaixo da projeção de US$ 14,18 bilhões. O lucro operacional ajustado cresceu 21%, totalizando US$ 5,93 bilhões, superando as expectativas do mercado.
Com base nos resultados positivos e nas perspectivas de crescimento, a Novartis também anunciou uma recompra de ações de até US$ 10 bilhões, refletindo a confiança da companhia em seu desempenho de médio e longo prazo.