
Gigantes da tecnologia como Meta, Google (da Alphabet), Amazon e Microsoft estão impulsionando uma nova onda de expansão global em infraestrutura de cabos submarinos. O objetivo é atender à explosiva demanda por largura de banda e pelas crescentes cargas de trabalho da inteligência artificial (IA), que exigem conexões cada vez mais rápidas e robustas.
Os cabos submarinos, embora invisíveis ao grande público, são responsáveis por cerca de 95% do tráfego internacional da internet. São eles que viabilizam desde chamadas internacionais até transações financeiras globais. Embora satélites tenham papel complementar, é essa rede submersa de fibra óptica que sustenta a conectividade em escala planetária.
Historicamente dominado por empresas de telecomunicações e consórcios estatais, esse setor passou a ser liderado nos últimos anos pelas big techs do Vale do Silício. A Meta, por exemplo, já participou da construção de cerca de 30 cabos desde 2010, ainda que nem todos estejam operando atualmente.
Segundo a consultoria TeleGeography, com sede em Washington, os investimentos em cabos submarinos cresceram de forma “tremenda” e não mostram sinais de desaceleração. “É uma tecnologia impressionante”, afirma Alan Mauldin, diretor de pesquisa da empresa. “Enviar luz por milhares de quilômetros sob o oceano e manter uma qualidade estável de sinal é simplesmente fascinante.”
Projeto Waterworth: o cabo mais longo do mundo
Entre os novos empreendimentos, o destaque vai para o Projeto Waterworth, anunciado recentemente pela Meta. A iniciativa visa construir o cabo submarino mais longo do mundo, com extensão de 50 mil quilômetros — mais do que a circunferência da Terra. O sistema multibilionário conectará cinco continentes, incluindo regiões estratégicas como Brasil, Índia, África do Sul e Estados Unidos.
Segundo Alex Aime, chefe de infraestrutura de rede da Meta, o projeto tem três pilares principais: capacidade, resiliência e alcance global. “A IA demanda não apenas computação e dados, mas também uma conectividade intercontinental robusta”, explicou ele em entrevista à CNBC.
A Meta afirma que o Waterworth terá 24 pares de fibra óptica e capacidade de suportar o tráfego de dados de altíssima intensidade, especialmente necessário em aplicações com inteligência artificial e serviços em nuvem.