
A Microsoft anunciou uma economia de aproximadamente US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões) em 2024 com o uso de inteligência artificial em seus call centers. A informação foi revelada pelo Diretor Comercial da empresa, Judson Althoff, durante uma apresentação recente, segundo apuração da Bloomberg. No entanto, a notícia gerou forte repercussão negativa nas redes sociais, especialmente devido ao contexto de demissões em massa promovidas pela Big Tech no mesmo período.
Althoff destacou que os ganhos vieram sem afetar a satisfação dos clientes e dos funcionários que permaneceram, evidenciando a eficiência da IA em tarefas de atendimento. Além dos call centers, a Microsoft tem implementado IA em áreas como vendas e engenharia de software. De acordo com o CEO Satya Nadella, cerca de 30% dos códigos da empresa já são gerados com apoio de IA, e essa proporção deve crescer nos próximos anos.
A gigante fundada por Bill Gates também se aproxima da marca histórica de US$ 4 trilhões em valor de mercado, ficando atrás apenas da Nvidia, que lidera o ranking com valorização recorde. Atualmente, a Microsoft está avaliada em cerca de US$ 3,76 trilhões.
Reação negativa nas redes sociais
Apesar dos avanços tecnológicos e do desempenho financeiro positivo, a notícia da economia bilionária com IA não foi bem recebida pelo público. Usuários do Reddit e outras plataformas criticaram duramente a decisão da empresa de reduzir sua força de trabalho, demitindo mais de 15 mil funcionários apenas em 2025, o equivalente a cerca de 4% do quadro global.
Alguns relatos apontam que as demissões ocorreram de forma abrupta e sem justificativas claras.
“Os últimos seis meses têm sido muito difíceis. Vejo ótimos engenheiros e gerentes de produto sendo dispensados sem qualquer explicação. Satya falava muito sobre empatia, mas isso parece ter desaparecido com o avanço da IA”, escreveu um usuário que se identificou como funcionário da empresa.
O impacto também é visível em plataformas de avaliação anônima de empresas, como o Blind, onde a nota da Microsoft caiu de 4,2 para 3,9 nos últimos meses — reflexo direto da insatisfação interna e da percepção pública diante da substituição de pessoas por máquinas.