Segundo a pesquisa “Desafios e Tendências das Empresas em LATAM 2025”, realizada pela EY, as principais tendências apontadas por empresas brasileiras para os próximos três anos estão fortemente conectadas à tecnologia e à inteligência artificial. O levantamento mostra que 87% dos executivos brasileiros consideram o impacto da IA em novas áreas como a tendência mais relevante para o período — um salto de 12 pontos percentuais em comparação ao ano anterior.
Na segunda posição está a produtividade impulsionada por tecnologia, mencionada por 85% dos entrevistados — crescimento de três pontos percentuais em relação à edição anterior do estudo. Em seguida, com 83%, aparece o foco em inovação, que embora tenha registrado uma leve queda de cinco pontos percentuais, segue como prioridade, reforçando que inovar hoje é quase impossível sem apoio tecnológico.
Outras tendências destacadas incluem a digitalização e a Indústria 4.0 (também com 83%, aumento de sete pontos), e cibersegurança e proteção de dados, mencionada por 80% dos respondentes, embora com queda de quatro pontos percentuais em relação a 2024. Já o conceito de dados como ativo transversal na organização foi apontado por 75%, enquanto adaptação a novas regulações aparece com 71% — um crescimento de oito pontos percentuais, sinalizando que a regulação, embora não sempre ligada diretamente à tecnologia, está cada vez mais voltada a disciplinar inovações digitais.
O estudo ouviu 1.720 executivos de alto escalão (diretores e C-levels) em países da América Latina, incluindo Argentina, Chile, Colômbia, México e Brasil. No recorte brasileiro, 207 executivos participaram da amostra. Quando questionados sobre quais tecnologias disruptivas terão maior impacto até 2028, os destaques foram: inteligência artificial (88%), analytics e big data (78%), IA generativa (78%), cloud computing (76%), cibersegurança avançada (74%) e 5G (71%).
De acordo com Victor Guelman, sócio-líder de market e business development da EY Brasil, as empresas já reconhecem o impacto transformador da IA e estão se mobilizando para inseri-la no cotidiano corporativo, buscando aumento de produtividade e a criação de novos produtos e serviços. “A pesquisa também revela uma preocupação crescente com governança, evidenciada nas menções à proteção de dados, à transversalidade dos dados nas empresas e à necessidade de adaptação a regulações cada vez mais complexas”, observa Guelman.
Entre os temas regulatórios em evidência, a sustentabilidade também ganha protagonismo. As novas normas do ISSB (International Sustainability Standards Board) já foram incorporadas pela CVM por meio da Resolução 193. A partir de 2026, todas as companhias abertas no Brasil deverão elaborar e divulgar relatórios de informações financeiras relacionados à sustentabilidade, o que reforça a interseção entre inovação tecnológica e responsabilidade corporativa.
