A Apple acaba de dar mais um passo no desenvolvimento de dispositivos com design flexível ao registrar uma nova patente para telas dobráveis. O documento, intitulado “Dispositivo Eletrônico com Estruturas de Display Flexíveis”, descreve um equipamento com visor capaz de se estender a partir de rolos internos e retornar ao corpo rígido do aparelho quando não estiver em uso. A tecnologia, que poderia ser aplicada a iPhones, iPads, MacBooks ou até relógios inteligentes, busca oferecer uma alternativa aos modelos dobráveis já consolidados no mercado, com foco em eliminar os vincos incômodos observados nesses produtos.
De acordo com o pedido, descoberto pelo site especializado Apple Insider, a tela dobrável seria sustentada por suportes internos que mantêm o visor firme quando estendido. Mesmo quando recolhido, uma janela translúcida no chassi permitiria que parte do display permanecesse visível para exibir informações básicas, como hora ou notificações. O projeto é assinado por Scott A. Meyers, engenheiro que já contribuiu com mais de 150 patentes da Apple.
Esse não é o primeiro avanço da empresa nesse campo. Desde 2017, a Apple já protocolou outras cinco patentes envolvendo tecnologias de displays flexíveis, demonstrando um esforço contínuo em refinar mecanismos de enrolamento, resistência e estrutura. A repetição dos registros e a complexidade crescente dos protótipos indicam que a companhia está, de fato, amadurecendo soluções para o lançamento futuro de produtos inovadores — ainda que, como de costume, mantenha o silêncio oficial sobre quaisquer planos.
O movimento da Apple ocorre em um contexto de crescente experimentação no setor. Em 2022, a Motorola revelou um protótipo com tela que se desenrola verticalmente, expandindo de 5 para 6,5 polegadas. A Samsung, por sua vez, testou modelos com displays que se estendem lateralmente, transformando smartphones em tablets com um simples gesto. Com isso, a Apple se junta à corrida global por formatos mais versáteis, que ampliem a área útil sem comprometer o design.
Paralelamente, aumentam os rumores de que a Apple também estaria desenvolvendo seu primeiro iPhone dobrável. Fontes do setor indicam que a fabricante estaria testando um modelo com tela interna de 7,58 polegadas, com materiais premium como titânio e vidro metálico reforçado nas dobradiças, numa tentativa de eliminar o vinco visível — ponto crítico em aparelhos do tipo. O design seguiria o formato “livro”, semelhante ao Galaxy Z Fold, mas, até o momento, a empresa não confirmou oficialmente o projeto.
Ainda que patentes não garantam a chegada de um produto ao mercado, elas revelam as direções que as empresas estão explorando. No caso da Apple, o investimento contínuo em alternativas à tela convencional — seja com dobras ou enrolamentos — demonstra que a marca está disposta a reinventar o conceito de portabilidade. E, como de costume, o silêncio estratégico da gigante de Cupertino alimenta a expectativa por um futuro onde o formato dos dispositivos será tão fluido quanto o conteúdo que carregam.
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