A Microsoft deu início a mais uma rodada de demissões em 2025, afetando cerca de 9.100 funcionários globalmente — o equivalente a 4% de sua força de trabalho. Embora os cortes tenham atingido diversos setores, o impacto mais expressivo recaiu sobre a divisão de jogos, onde estúdios inteiros foram fechados e projetos promissores cancelados. A medida foi justificada como parte de uma reestruturação para tornar a empresa mais ágil e eficiente diante das transformações do mercado.
Phil Spencer, chefe da divisão Xbox, confirmou internamente que o momento financeiro da empresa é sólido, mas que ajustes organizacionais são necessários para garantir a sustentabilidade a longo prazo. Segundo ele, a decisão visa priorizar áreas estratégicas e reduzir camadas hierárquicas. A declaração, no entanto, não amenizou as críticas diante de uma empresa que, no último trimestre, registrou US$ 70 bilhões em receita e US$ 26 bilhões em lucro — com crescimento de 5% apenas no setor de games.
Entre os impactos mais significativos, destaca-se o cancelamento de “Perfect Dark” e o encerramento do estúdio The Initiative. A Rare também foi atingida, suspendendo o desenvolvimento de “Everwild”. A ZeniMax, responsável pela Bethesda, sofreu cortes na Europa e nos EUA, enquanto a King, desenvolvedora de “Candy Crush”, demitiu 10% de sua equipe. Até mesmo a Turn 10, responsável por “Forza Motorsport”, e a Raven, ligada à franquia “Call of Duty”, registraram demissões expressivas.
A instabilidade já preocupa o setor: esta é a quarta grande onda de desligamentos promovida pela Microsoft em pouco mais de dois anos, somando-se às ocorridas em janeiro de 2023, janeiro e setembro de 2024, e início de 2025. A falta de comunicação clara também tem gerado desconforto entre os funcionários, muitos dos quais relataram ter descoberto seu desligamento por acesso bloqueado ou notificações automáticas.
Foto: Reprodução
