Antes dos gráficos em 4K, da inteligência artificial nos games e dos downloads em nuvem, os disquetes eram o passaporte para mundos fantásticos. Nos anos 1980 e 1990, jogadores com computadores equipados com MS-DOS exploravam aventuras, enfrentavam inimigos e administravam cidades inteiras com apenas 1,44MB de armazenamento por disquete. Essa era foi marcada por clássicos que não só divertiram como influenciaram profundamente o desenvolvimento da indústria dos games, deixando um legado que ainda ecoa nos consoles atuais.
Entre os pioneiros do gênero de tiro em primeira pessoa está Wolfenstein 3D (1992), da id Software, que colocou os jogadores na pele de um espião enfrentando nazistas em um castelo labiríntico. O sucesso dessa fórmula foi replicado com Doom (1993), um marco definitivo do gênero FPS, em que o protagonista combate demônios em Marte em uma experiência de ação frenética. Esses títulos popularizaram não só o estilo de jogo, mas também o hábito de copiar games entre amigos — uma prática comum e quase inevitável na era dos disquetes.
Na contramão da ação, SimCity (1989) e Civilization (1991) mostraram que também era possível se divertir com estratégia e planejamento. O primeiro desafiava o jogador a construir e administrar uma cidade, enquanto o segundo propunha guiar uma civilização desde a pré-história até o futuro, em turnos meticulosos. Ambos deram origem a franquias robustas e ajudaram a fundar os gêneros de simulação e estratégia por turnos.
Já no universo das plataformas, Prince of Persia (1989) encantou pela fluidez das animações e pelo desafio de completar uma missão em 60 minutos, tempo real de jogo, em um castelo repleto de armadilhas. Também no estilo side-scroller, Duke Nukem (1991) surgiu com seu protagonista caricato, frases de efeito e muita ação, reforçando a tendência de personagens icônicos. Em paralelo, Tetris (1984) mostrou que simplicidade e genialidade podiam andar juntas — um jogo de encaixe de blocos que conquistou o mundo inteiro e sobreviveu a gerações.
Esses jogos não apenas marcaram uma época em que a criatividade precisava caber em poucos kilobytes, mas também influenciaram diretamente os títulos modernos, tanto em mecânicas quanto em estética. O que antes ocupava um disquete, hoje está disponível em plataformas digitais de última geração. Ainda assim, o impacto da era dos disquetes permanece vivo na memória afetiva dos gamers — e nos fundamentos da indústria de jogos atual.
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