O surgimento das terras raras e outros minerais críticos tornou-se o novo campo de competição geopolítica global, refletindo diretamente na valorização impressionante das mineradoras listadas nos Estados Unidos.
Nos últimos três meses, as ações da Critical Metals subiram 241%, enquanto NioCorp Developments, Energy Fuels e Idaho Strategic Resources registraram ganhos superiores a 100% no mesmo período, mesmo após uma leve retração recente.
O desempenho acumulado no ano é ainda mais notável: as ações da Energy Fuels quadruplicaram nos primeiros 10 meses de 2025, e NioCorp Developments quase quintuplicaram, consolidando o interesse do mercado neste setor estratégico.
As terras raras, 17 elementos da tabela periódica com propriedades magnéticas únicas, são vitais para tecnologias modernas, incluindo smartphones, veículos elétricos e equipamentos militares. A China, líder quase absoluto na produção, recentemente ameaçou restringir as exportações, aumentando ainda mais a atenção global para o mercado.
Tony Sage, CEO da Critical Metals, que possui um dos maiores depósitos de terras raras na Groenlândia, comparou o atual momento do setor a grandes ciclos históricos de commodities: “Houve o boom do ouro no século XIX, o boom do petróleo no século XX, o boom tecnológico no início do século XXI — e agora o boom das terras raras. Mas este é o futuro; ele impulsionará tudo isso”, afirmou à CNBC.
Segundo Audun Martinsen, chefe de pesquisa da cadeia de suprimentos na Rystad Energy, a abordagem global está mudando de “importar para suprir lacunas” para “explorar lacunas internamente ou regionalmente”, reforçando a importância estratégica do setor.
Apesar da recente trégua comercial entre EUA e China, com adiamento das restrições chinesas de exportação por um ano, analistas alertam que a valorização das ações pode ser volátil. “Em períodos de expansão, muitas empresas não sobrevivem — e o mesmo acontecerá com mineradoras de terras raras. Mas quem tiver o projeto certo, no lugar certo e com parceiros estratégicos, seguirá na direção correta”, acrescentou Sage.
Kevin Das, consultor técnico sênior da New Frontier Minerals, reforça que o setor pode estar entrando em um superciclo prolongado, impulsionado por baixos investimentos anteriores, suboferta de commodities e demanda crescente pela inteligência artificial e energias limpas. “Assim como vimos com o lítio, o apoio governamental às terras raras nos EUA cria condições para um ciclo maior e mais duradouro”, concluiu.
 
 
 
 
 


