
A Oi S.A., que segue em processo de recuperação judicial, está sob intervenção judicial e busca alternativas para evitar a falência, mantendo a continuidade de seus serviços em todo o país.
O principal foco da empresa neste momento é o futuro da Oi Soluções, braço responsável por sua operação de tecnologia da informação, serviços corporativos e contratos governamentais — e que hoje representa a maior fonte de receita da companhia.
O ativo despertou o interesse de sete grupos ou consórcios, formados por empresas de perfis bastante distintos.
Entre os interessados estão:
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Claro – operadora de serviços móveis, banda larga, TV paga e soluções corporativas;
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TIM – operadora nacional com foco em serviços de mobilidade e TI empresarial;
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Octea – grupo especializado em tecnologia da informação;
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Datora – empresa que já adquiriu parte da carteira de clientes STFC da Oi;
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TIP – operadora que atende provedores regionais e atua com STFC, MVNO e streaming;
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ATV – pertencente ao grupo Ativa Telecom;
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Jive – fundo de investimentos especializado em ativos considerados “estressados”.
 
Segundo fontes ouvidas pelo Tele.Síntese, as negociações ainda estão em fase preliminar, sem prazos definidos ou formato de venda estabelecido.
Entre as possibilidades avaliadas estão o fatiamento da carteira, a separação entre negócios de TI e telecomunicações, a venda de carteiras governamentais por região e até mesmo a transferência dos serviços tridígito, como Polícia, Bombeiros e SAMU.
Atualmente, a Oi Soluções é responsável por cerca de 4 mil serviços tridígitos em todo o Brasil.
A Anatel participa das discussões, avaliando formas de garantir uma transferência rápida e segura dos serviços essenciais para outros operadores.
Entre os pontos em análise estão o uso de recursos do Fust e mecanismos de garantia para continuidade operacional em caso de mudança de controle.
Um executivo do setor, que preferiu não se identificar, destacou que a movimentação busca evitar a falência da Oi e preservar os empregos e a continuidade dos serviços.
“O número de interessados mostra que há caminhos para manter as operações e evitar rupturas. É um bom sinal para o mercado e para a sociedade”, afirmou.
Outro especialista, também sob anonimato, observou que o perfil variado dos interessados indica que a venda não será simples e pode não envolver uma grande operadora de telecom.
“Empresas com presença nacional, como Claro ou TIM, têm mais condições de negociar, mas o processo está aberto”, explicou.
Caso a venda da Oi Soluções se concretize — a companhia ainda não liberou acesso aos dados para due diligence —, a empresa ainda contaria com a sua participação na V.tal como ativo estratégico para negociação.
Segundo fontes, a venda combinada da Oi Soluções e da fatia na V.tal poderia gerar recursos suficientes para quitar as dívidas com credores.
Outra possibilidade seria a troca de ações ou dação em pagamento, conforme previsto no plano de recuperação judicial homologado em 2024.
 
 
 
 
 


