
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta semana com investidores internacionais e representantes da indústria de mineração no Palácio do Itamaraty, em Brasília, para discutir o futuro da exploração de terras raras e outros minerais estratégicos no Brasil. O encontro marcou um passo importante na tentativa do governo de posicionar o país como líder global na produção sustentável desses recursos, fundamentais para tecnologias limpas, veículos elétricos e sistemas de energia renovável.
Durante a reunião, Lula destacou que o Brasil não pretende apenas exportar matérias-primas, mas desenvolver uma cadeia produtiva sólida, capaz de gerar empregos, inovação e valor agregado. Segundo o presidente, o país tem potencial para se tornar um dos principais polos de fornecimento de minerais críticos, mas de forma soberana e ambientalmente responsável.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforçou que o governo está comprometido em criar um ambiente favorável para novos investimentos, ao mesmo tempo em que garante rigor na fiscalização ambiental e nas práticas de mineração. Ele afirmou que “a prioridade é destravar projetos que respeitem a sustentabilidade e contribuam para o crescimento tecnológico do país”.
O encontro contou com a presença de ministros como Fernando Haddad (Fazenda) e Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), além de representantes de fundos internacionais e bancos de investimento interessados em financiar projetos ligados à mineração verde. A reunião também abordou temas como inovação tecnológica, políticas de incentivo e mecanismos de regulação para aumentar a competitividade do setor.
O Brasil possui grandes reservas de terras raras — minerais essenciais na fabricação de semicondutores, baterias e turbinas eólicas —, mas ainda carece de infraestrutura e de um marco regulatório robusto para o setor. Especialistas apontam que o país tem condições de se tornar um fornecedor estratégico para o Ocidente, especialmente em um cenário em que Estados Unidos e Europa buscam reduzir a dependência da China nesses insumos.
Além da atração de capital estrangeiro, o governo brasileiro busca assegurar que a exploração dessas riquezas ocorra com benefícios diretos à população e às regiões produtoras. A meta é criar políticas públicas que garantam a industrialização local dos minerais e promovam o desenvolvimento sustentável.
Com o avanço das negociações, o Itamaraty deve se tornar um ponto de convergência entre diplomacia econômica e estratégia ambiental. O governo aposta que, com planejamento e inovação, o Brasil poderá ocupar um papel de destaque na nova economia verde global — conciliando crescimento econômico, soberania e preservação ambiental.



