
A safra de soja do Brasil — maior produtor e exportador mundial da oleaginosa — deverá alcançar recorde histórico de 178,5 milhões de toneladas em 2026, segundo projeção divulgada nesta quarta-feira pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). O volume representa um crescimento de 3,9% em relação a 2025, reforçando a força e a competitividade do setor agrícola brasileiro.
A Abiove revisou para cima sua estimativa de produção de soja em 2025, que passou de 170,3 milhões para 171,8 milhões de toneladas, um acréscimo de 1,5 milhão de toneladas em relação à projeção anterior. A nova previsão da associação se aproxima dos dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que também estima uma safra próxima de 178 milhões de toneladas, com aumento de 3,6% na área plantada, chegando a 49 milhões de hectares.
“Os números refletem a força e a eficiência da cadeia da soja brasileira, que segue ampliando sua competitividade e agregando valor no mercado interno”, afirmou Daniel Furlan Amaral, diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da Abiove.
Exportações e processamento também devem bater recorde
A Abiove projeta que o Brasil exportará 111 milhões de toneladas de soja em 2026, o que representaria um novo recorde e alta de 1,4% sobre 2025. Já o processamento nacional deve alcançar 60,5 milhões de toneladas, avanço de 3,4% no mesmo período.
Segundo Amaral, o crescimento do processamento interno e das exportações reforça o papel estratégico do setor na balança comercial, no desenvolvimento econômico e na produção de proteínas e biocombustíveis.
Apesar do desempenho positivo, a produção tende a crescer mais do que as vendas externas e o processamento, o que levará a um aumento de 75% nos estoques finais, que devem chegar a 10,5 milhões de toneladas em 2026.
Farelo e óleo de soja seguem em alta
A exportação de farelo de soja deve atingir 24,6 milhões de toneladas, crescimento anual de 4,2%, enquanto a produção interna deve avançar 3,3%, totalizando 46,6 milhões de toneladas.
Já a produção de óleo de soja — impulsionada principalmente pela indústria de biodiesel — deve alcançar 12,15 milhões de toneladas, alta de 3,8% em relação a 2025. O consumo interno também deve crescer 4,8%, somando 11 milhões de toneladas.
Por outro lado, a exportação de óleo de soja tende a recuar mais de 25%, ficando em torno de 1 milhão de toneladas no próximo ano, reflexo da maior demanda doméstica e da priorização do uso interno para o setor de biocombustíveis.



