
A Polícia Federal classificou como “ganância desmedida” a atuação de um grupo investigado por um amplo esquema de mineração ilegal em Minas Gerais, revelado no âmbito da Operação Rejeito. De acordo com o relatório da PF, os suspeitos agiram com “absoluto desprezo pelas leis e pela ética”, explorando áreas de preservação ambiental e fraudando licenças de exploração mineral.
As investigações apontam que o grupo teria corrompido servidores públicos de órgãos estaduais e federais de fiscalização para obter autorizações irregulares de mineração. As licenças fraudulentas permitiam a extração de minério de ferro em larga escala, inclusive em locais próximos a unidades de conservação e áreas tombadas, o que potencializa o impacto ambiental das atividades ilegais.
Segundo a Polícia Federal, o esquema movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão em operações ilegais, envolvendo crimes como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos públicos. Entre os investigados estão Caio Mário Trivellato Seabra Filho, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), e o ex-diretor da Polícia Federal Rodrigo de Melo Teixeira.
Os investigadores destacam que os danos ambientais causados pela exploração irregular são graves, atingindo ecossistemas frágeis e colocando em risco comunidades próximas às áreas de extração. Para a PF, o caso representa não apenas um escândalo de corrupção, mas também uma afronta à proteção ambiental e ao interesse público.
A Operação Rejeito segue em andamento, com medidas judiciais de busca e apreensão, bloqueio de bens e quebras de sigilo financeiro e telefônico. O objetivo, segundo a PF, é responsabilizar todos os envolvidos e reparar os prejuízos ambientais e econômicos causados pelo esquema.