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Indústria de máquinas cresce 10,6% até agosto e alcança R$ 200,8 bilhões em vendas

Setor registra avanço nas vendas internas, mas sente impacto da desaceleração e de barreiras comerciais externas

A indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou um crescimento de 10,6% nas vendas acumuladas até agosto de 2025, alcançando uma receita total de R$ 200,8 bilhões, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

O resultado mantém o setor em trajetória positiva, embora já indique sinais de desaceleração — até julho, o crescimento acumulado era de 13,6%. A entidade aponta que fatores como a alta dos juros e as restrições impostas por mercados externos têm moderado o ritmo de expansão.

Vendas internas impulsionam o desempenho

O mercado doméstico continua sendo o principal motor do setor, com um avanço de 12,7% nas vendas internas, totalizando R$ 153,2 bilhões no período. Já as exportações somaram US$ 8,3 bilhões, registrando uma leve queda de 0,1% em relação ao mesmo período de 2024.

Alguns segmentos, como máquinas agrícolas e equipamentos industriais leves, apresentaram desempenho acima da média, impulsionando o resultado geral.

Desafios e reconfiguração no comércio exterior

Apesar do bom desempenho interno, a Abimaq destacou preocupações com o cenário externo. As sobretaxas aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros reduziram a competitividade das exportações, enquanto mudanças nos mercados compradores indicam uma reconfiguração das relações comerciais.

A América do Norte reduziu suas compras de equipamentos brasileiros em 9%, enquanto a América do Sul registrou crescimento de 17,2%, com destaque para a Argentina, que ampliou em 82,8% a importação de máquinas agrícolas. A Europa também apresentou aumento de 11,6% nas compras do setor.

Importações em alta

Entre janeiro e agosto, as importações de máquinas e equipamentos somaram US$ 21,1 bilhões, um crescimento de 9,1% em comparação com 2024. A China se mantém como principal fornecedora, respondendo por 30,6% das compras brasileiras, com avanço de 12,9%.

Perspectivas

Apesar do resultado expressivo, a Abimaq avalia que o ritmo de crescimento deve perder força nos próximos meses, em razão da política monetária restritiva e do ambiente global desafiador.

A expectativa é que o setor busque inovação tecnológica, diversificação de mercados e políticas públicas de incentivo à produção nacional como formas de sustentar o crescimento e ampliar a competitividade da indústria brasileira de máquinas nos próximos anos.

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