
Um estudo global da ADP Research aponta que o Brasil se destaca na América Latina pelo otimismo em relação ao impacto da Inteligência Artificial (IA) no ambiente de trabalho. Com base em entrevistas com 38 mil trabalhadores em seis continentes, a pesquisa revela que 26% dos profissionais brasileiros acreditam que a IA terá efeitos positivos em suas tarefas no próximo ano, acima da média regional de 19%.
A pesquisa faz parte da série People at Work 2025, que analisa como os colaboradores percebem a tecnologia e seu papel na transformação do ambiente corporativo.
Embora a percepção geral seja positiva, o estudo também evidencia preocupações: 10% dos brasileiros temem ser substituídos pela IA, e 12% ainda não sabem como a tecnologia afetará suas funções. Esses números refletem a necessidade de estratégias corporativas claras, treinamento e comunicação eficaz para reduzir inseguranças e preparar os times para a transformação digital.
O levantamento indica que a relação entre a percepção da IA e a retenção de talentos é significativa: entre os trabalhadores que temem substituição, 30% estão buscando novas oportunidades, enquanto apenas 16% daqueles sem receio demonstram o mesmo comportamento.
A pesquisa também identificou diferenças por faixa etária. Profissionais mais jovens são mais otimistas: 30% dos trabalhadores de 18 a 26 anos veem a IA de forma positiva, enquanto 28% na faixa de 27 a 39 anos, 23% entre 40 e 54 anos, e 20% acima de 55 anos compartilham essa visão. Entretanto, o receio de substituição é maior entre os jovens, com 13% na faixa de 18 a 26 anos.
A qualificação profissional influencia a percepção da IA: 23% dos trabalhadores do conhecimento acreditam no impacto positivo da tecnologia, seguidos por 19% em funções qualificadas e 16% em tarefas cíclicas ou repetitivas.
Por setor, tecnologia e finanças lideram o otimismo: 26% dos profissionais de tecnologia e 23% do setor financeiro e de seguros acreditam em efeitos positivos. Em contraste, serviços de tecnologia e mineração, extração de petróleo e gás apresentam maior receio de substituição, com 13% e 24% dos trabalhadores, respectivamente. Na saúde e assistência social, apenas 15% se mostraram otimistas.
O estudo reforça que, apesar da IA ser vista como aliada estratégica, empresas precisam investir em preparo, treinamento e comunicação para garantir que a transformação digital seja eficiente e inclusiva, promovendo uma força de trabalho pronta para os desafios e oportunidades do futuro.