Nos últimos dias, o setor de tecnologia nos Estados Unidos enfrentou turbulência com as recentes mudanças no programa de vistos H-1B anunciadas pelo governo do presidente Donald Trump. Especialistas e executivos ainda avaliam como a nova taxa de US$ 100.000 pode impactar a força de trabalho de empresas de tecnologia.
O programa H-1B, responsável por permitir que profissionais estrangeiros altamente qualificados trabalhem nos EUA, sustentou a expansão da indústria tecnológica americana por décadas. A nova taxa, que se aplica apenas a novos vistos, não a renovações, gerou preocupação sobre a capacidade das empresas de atrair os melhores talentos globais.
Enquanto líderes como Reed Hastings, cofundador da Netflix, e Sam Altman, CEO da OpenAI, elogiaram a mudança, especialistas alertam que a medida pode dificultar a contratação de talentos em startups e direcionar profissionais qualificados para outros países. “Seria um desastre para a competitividade e inovação americana”, afirmou Exequiel Hernandez, professor da Wharton School.
Atualmente, o limite anual de vistos H-1B é de 65.000, com 20.000 adicionais para profissionais com diplomas avançados. Grandes empresas de tecnologia como Amazon, Microsoft, Meta, Apple e Google estão entre as que mais empregam portadores desses vistos. Executivos renomados, incluindo Satya Nadella, Sundar Pichai e Elon Musk, também começaram suas carreiras com vistos H-1B.
Além da taxa, o governo propôs um novo método de seleção ponderada para os beneficiários do H-1B, substituindo a atual loteria quando o número de solicitações exceder a oferta de vagas, priorizando candidatos com salários mais altos. A regra ainda passará por análise pública antes de sua implementação oficial.
Líderes do setor enxergam oportunidades na mudança: Hastings classificou a taxa como uma “ótima solução” para focar em empregos de alto valor, enquanto Altman destacou que os incentivos financeiros podem ajudar a reunir os melhores talentos de forma mais eficiente.
