
Enquanto a China lidera o mundo com 230 clusters de IA, os Estados Unidos detêm 50% do poder computacional global da tecnologia, segundo o novo relatório da TRG Datacenters sobre superpotências globais de IA. Curiosamente, países como Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita aparecem entre os maiores detentores de capacidade computacional, enquanto a tradicional potência industrial Alemanha ocupa apenas a 10ª posição.
De acordo com o estudo, os EUA mantêm a maior capacidade total de energia para IA, com 19,8 mil megawatts, e lideram em número de chips de IA. A França aparece em segundo lugar, com mais de 989 mil chips, à frente de China, Índia e Coreia do Sul.
Os 10 principais países em poder computacional de IA possuem um total combinado equivalente a cerca de 79 milhões de chips Nvidia H100, capazes de gerar aproximadamente 79 exaflops, 70 vezes a capacidade do supercomputador líder mundial, o Frontier. Se utilizados em plena capacidade, esses clusters consumiriam cerca de 55 gigawatts de eletricidade, equivalente ao consumo energético de um dia quente de verão na Califórnia ou de países como França ou Alemanha.
Por outro lado, quando analisados pelo número de clusters de data centers, a liderança muda:
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China: 230 clusters
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EUA: 187 clusters
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França: 18 clusters
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Coreia do Sul: 13 clusters
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Alemanha: 12 clusters
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Arábia Saudita: 9 clusters
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Emirados Árabes Unidos: 8 clusters
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Índia: 8 clusters
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Reino Unido: 6 clusters
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Finlândia: 5 clusters
Embora a China possua o maior número de clusters, seu poder computacional total equivale a apenas 400 mil chips H100, limitando a força da IA do país. Essa configuração incentiva laboratórios chineses a priorizar eficiência algorítmica e redução de custos, como observado no projeto de LLM da DeepSeek.
Países do Oriente Médio, como Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, estão investindo suas riquezas petrolíferas na IA, enxergando a tecnologia como geradora de valor futuro. Por outro lado, potências europeias tradicionais, como Alemanha, Reino Unido e França, estão significativamente atrás em poder computacional.
O relatório destaca que energia, chips e centros de computação são apenas parte da equação. Para se tornar uma superpotência em IA, é necessário combinar produção de chips, talentos especializados, adoção tecnológica, regulamentação favorável e ecossistema de startups.
Com investimentos globais em IA atingindo US$ 200 bilhões em 2025, a disputa pela supremacia tecnológica se intensifica, impactando competitividade, economia, políticas globais e influência cultural. Por enquanto, os EUA lideram, mas o mapa global das superpotências de IA está mudando rapidamente.