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Setores que dependem dos EUA enfrentam “terremoto relevante”, alerta Fiesp

Exportadores de máquinas agrícolas, móveis e bens de capital são os mais afetados pelas tarifas de 50% dos EUA, diz economista-chefe da Fiesp

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) fez um alerta sobre os impactos das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Segundo o economista-chefe da entidade, Igor Rocha, os setores mais prejudicados são os que dependem diretamente do mercado norte-americano, como máquinas agrícolas, móveis e bens de capital. Ele classificou a medida como um “terremoto bastante relevante” para a indústria nacional.

Apesar da gravidade para setores específicos, os efeitos no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tendem a ser mais modestos: a previsão é de uma queda de 0,2% em 2025 e de 0,38% em 2026. No entanto, para empresas cuja estrutura produtiva está voltada quase exclusivamente para os Estados Unidos, o impacto pode ser decisivo.

Rocha também destacou que o cenário é agravado pela combinação de tarifas elevadas com a taxa básica de juros em 15% ao ano, o que pressiona o crédito e encarece investimentos. Como consequência, aumentou o número de companhias do setor produtivo em recuperação judicial, sinalizando dificuldades para manter competitividade no mercado internacional.

Outros segmentos, como agronegócio, siderurgia, químicos e plásticos, também pedem suporte do governo para reduzir os efeitos da medida. O governo federal anunciou o Plano Brasil Soberano, que prevê R$ 30 bilhões em crédito emergencial para apoiar exportadoras afetadas.

A Fiesp avalia que, embora o impacto no PIB seja limitado, os prejuízos concentrados em determinados nichos podem afetar empregos, investimentos e a capacidade de inovação da indústria brasileira, exigindo ação rápida e estratégica.

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