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Relatório 2025 alerta: falhas no controle de senhas expõem empresas a ataques com credenciais válidas

Organizações continuam vulneráveis a contas comprometidas e senhas fracas, enquanto hackers usam técnicas antigas para invadir redes com facilidade.

Embora o foco de muitos profissionais de segurança esteja voltado para as ameaças mais sofisticadas, os ataques mais eficazes continuam vindo de métodos simples, porém perigosos, como a quebra de senhas e o uso de contas válidas comprometidas.

É o que revela o Relatório Azul 2025 da Picus Security, que aponta esse tipo de ataque como o vetor menos prevenido nas organizações atualmente. O estudo é baseado em mais de 160 milhões de simulações de ataques reais em empresas ao redor do mundo — fornecendo uma visão precisa sobre falhas de segurança que persistem ano após ano.


🚨 Senhas fracas continuam facilitando o trabalho dos hackers

Uma das descobertas mais alarmantes do relatório é que ataques de quebra de senha tiveram sucesso em 46% dos ambientes testados — quase o dobro do ano anterior. Isso evidencia que senhas fracas, algoritmos de hash desatualizados e ausência de autenticação multifator (MFA) ainda são realidades comuns, mesmo em organizações com altos investimentos em cibersegurança.

Essas falhas básicas tornam os sistemas vulneráveis a ataques antigos, como força bruta e rainbow table, usados para decifrar senhas e obter acesso não autorizado.


🛑 Por que as organizações ainda falham nessa defesa?

Apesar da ampla conscientização sobre os riscos, muitas empresas ainda mantêm práticas inseguras de gerenciamento de credenciais, como:

  • Políticas de senha fracas e desatualizadas

  • Armazenamento inseguro de hashes

  • Falta de salting nas senhas

  • Ausência de autenticação multifator, especialmente em contas internas

Segundo o relatório, 46% dos ambientes testados tiveram pelo menos um hash de senha convertido com sucesso em texto simples, o que mostra uma falha grave em controles internos.


🔐 Contas válidas (T1078): a técnica mais explorada em 2025

A técnica de ataque MITRE ATT&CK T1078 – uso de contas válidas — foi a mais explorada do ano, com uma taxa de sucesso alarmante de 98%. Isso significa que, uma vez em posse das credenciais, invasores podem navegar pelas redes corporativas com facilidade e discrição, contornando defesas tradicionais e explorando sistemas críticos.

Grupos de ransomware e ladrões de informações usam esse método para se movimentar lateralmente, aumentar privilégios e exfiltrar dados sensíveis — muitas vezes sem serem detectados por semanas ou meses.


Como proteger sua empresa contra ataques de credenciais

Para mitigar esse risco crescente, a Picus recomenda uma abordagem proativa, com foco nas seguintes medidas:

  1. Revisar e endurecer políticas de senha, exigindo complexidade e expiração periódica

  2. Eliminar algoritmos de hash obsoletos e adotar alternativas mais seguras

  3. Aplicar autenticação multifator (MFA) em todas as contas privilegiadas e sensíveis

  4. Simular ataques regularmente para validar a eficácia dos controles de acesso

  5. Implementar soluções de detecção comportamental para identificar uso suspeito de credenciais

  6. Monitorar tráfego de saída para sinais de exfiltração e reforçar sistemas de DLP (Data Loss Prevention)


📉 Segurança de identidade ainda é um elo fraco — e caro

O relatório da Picus mostra que, mesmo com investimentos em firewalls e soluções de endpoint, as maiores brechas estão nos controles internos — principalmente na proteção de identidade e autenticação.

O uso de credenciais comprometidas permite que hackers passem despercebidos por defesas perimetrais, reforçando a importância de fortalecer a segurança de identidade como prioridade estratégica.


🔍 Conclusão: foco nas ameaças silenciosas, não só nas sofisticadas

Enquanto o setor corre para lidar com IA generativa, deepfakes e ameaças emergentes, velhas técnicas como a quebra de senhas continuam sendo as mais eficazes para os atacantes. Isso mostra que a base da segurança — credenciais fortes e autenticadas — ainda precisa de mais atenção.

O Relatório Azul 2025 da Picus Security oferece dados reais que ajudam as organizações a entender onde estão suas vulnerabilidades mais críticas — e como corrigir antes que seja tarde demais.

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