Rodrigo Soares Rego, Solution Architecture Manager LATAM da OutSystems, apresentou os resultados de um estudo realizado em parceria com a KPMG, que analisou a adoção de inteligência artificial (IA) em mais de 500 empresas. A pesquisa foi conduzida entre abril e maio e ouviu executivos de tecnologia da informação (TI) para entender como a IA está sendo incorporada ao ciclo de desenvolvimento de software, incluindo o uso de agentes inteligentes (agentic AI) e os efeitos esperados no mercado de trabalho.
Américas e Ásia-Pacífico lideram a adoção da IA
O levantamento mostra que empresas das regiões das Américas e da Ásia-Pacífico estão na vanguarda da adoção da IA, enquanto a Europa permanece em uma fase mais experimental. No que diz respeito à integração de agentes inteligentes, 47% das organizações afirmaram estar em processo de implementação ou nos primeiros seis meses de implantação.
“A grande maioria já está desenvolvendo ou próxima de colocar algo em produção. Imaginei que encontraríamos mais empresas ainda nos estágios iniciais, mas o avanço tem sido rápido”, observou Rego.
No Brasil, embora o estudo não traga dados específicos, o executivo acredita que o cenário acompanha a tendência global, com muitas empresas conduzindo pilotos e projetos de MVP (Produto Mínimo Viável).
Fragmentação, segurança e governança são principais desafios
Entre os maiores obstáculos apontados pelos executivos está o chamado IA Sprawl — a proliferação descontrolada de soluções de IA em diferentes áreas como CRM, RH e ITSM. Cerca de 44% dos participantes citaram esse problema como o mais crítico, pois ele compromete a governança, dificulta o monitoramento e reduz a qualidade dos dados.
Além disso, outros desafios importantes incluem:
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Segurança e compliance
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Integração com fluxos e sistemas existentes
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Custos de implementação
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Shadow IT (uso não autorizado de tecnologia)
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Falta de profissionais especializados
Rego também destacou preocupações com “alucinações” e decisões imprecisas geradas por modelos de IA. “É essencial manter os humanos no centro do processo. A IA deve atuar como apoio, não como substituta das pessoas.”
Solução da OutSystems: plataforma unificada com Agent Workbench
Como resposta à fragmentação e ao IA Sprawl, a OutSystems aposta em uma abordagem unificada, com uma plataforma que integra a criação de aplicações low-code e agentes inteligentes. Essa centralização facilita a governança, o monitoramento e a gestão de usuários.
Entre as novidades está o Agent Workbench, ferramenta que permite a construção e a administração de múltiplos agentes dentro da própria plataforma, aproveitando os recursos de segurança e escalabilidade já existentes.
IA transformará o trabalho, mas não substituirá pessoas
De acordo com o estudo, 69% dos executivos acreditam que a IA levará à criação de novos cargos, exigindo competências em áreas como arquitetura de IA, governança e depuração de agentes — uma tarefa que, segundo Rego, é ainda mais complexa do que o debug tradicional.
Apenas 9% dos entrevistados acreditam em uma IA completamente autônoma. “O mais provável é um cenário de colaboração constante entre humanos e agentes inteligentes”, finalizou o executivo.
