
O setor brasileiro de petróleo e gás natural foi poupado da nova tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos para uma série de produtos importados. A decisão, que excluiu o petróleo cru da lista de sobretaxas, garante um fôlego estratégico às relações comerciais entre os dois países, especialmente no segmento energético.
Somente no primeiro semestre de 2025, o Brasil exportou cerca de US$ 2,37 bilhões em petróleo para os Estados Unidos, consolidando a posição brasileira como um dos principais fornecedores do insumo para o mercado norte-americano. A manutenção do comércio de petróleo fora da nova tarifa sinaliza a importância do Brasil para a segurança energética dos EUA, que busca diversificar seus fornecedores globais em meio a tensões geopolíticas.
A tarifa de 50% foi implementada como parte de uma política comercial mais rigorosa por parte do governo norte-americano, atingindo diversos setores estratégicos com o objetivo de proteger sua indústria local. No entanto, produtos energéticos, como o petróleo cru brasileiro, seguirão sendo taxados com apenas 10%, índice já praticado anteriormente.
Para o Brasil, a decisão representa mais do que um alívio econômico: ela protege os investimentos do setor, mantém a previsibilidade do comércio exterior e evita atritos diplomáticos em um momento sensível das relações internacionais. Além disso, a continuidade desse fluxo é vital para a balança comercial e para a segurança energética do país, que ainda depende da importação de derivados refinados dos EUA, como diesel e gasolina.
Especialistas apontam que a isenção parcial da tarifa também reflete o interesse dos próprios Estados Unidos em garantir um suprimento estável e confiável de petróleo de parceiros estratégicos.
A medida pode ser vista como uma vitória diplomática e comercial para o Brasil, sobretudo diante da atual conjuntura de volatilidade no comércio internacional.