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Tarifas dos EUA devem ter impacto limitado sobre empresas de mineração e siderurgia

Tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre aço e alumínio devem ter efeito limitado nas mineradoras e siderúrgicas brasileiras, segundo analistas; investimentos futuros, no entanto, podem ser impactados.

De acordo com análises da XP Investimentos e do Bradesco BBI, o anúncio de tarifas de 50% sobre aço e alumínio pelos Estados Unidos — a partir de 1º de agosto de 2025 — gerou preocupações, mas os efeitos diretos sobre empresas brasileiras do setor de siderurgia e mineração devem ser limitados. Muitas dessas companhias têm exposição reduzida ao mercado americano e já contam com estratégias que mitigam o impacto, como presença produtiva no exterior.

  • A Vale (VALE3), por exemplo, tem menos de 1% de sua receita originada nos EUA, tornando-se entre as mais resilientes ao impacto das tarifas.

  • Ações de siderúrgicas como Usiminas (USIM5) e outras também têm participação reduzida nos EUA, com Receita dos EUA em torno de 2‑3%.

Mitigação via presença internacional

Algumas empresas, como WEG, se sustentam com operações nos Estados Unidos, o que permite redirecionar exportações ou abastecimento doméstico em caso de restrições tarifárias. Essa estrutura ajuda a preservar margens mesmo diante de medidas protecionistas.

Investimentos sob revisão

Apesar dos impactos diretos limitados, setores estão avaliando readequações nos planos de investimento. O Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) alerta que o anúncio tarifário pode colocar em risco ou reduzir projetos previstos de US$ 68,4 bilhões até 2029. Estima-se que perdas anuais de até US$ 1 bilhão podem ocorrer se houver retaliações compensatórias.

Panorama macroeconômico: risco de desaceleração

Um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicou que a economia brasileira já incorpora os efeitos dessas tarifas na projeção de crescimento de 2,3% para 2025, em queda frente aos 3,4% registrados no ano anterior. Novas tarifas poderiam pesar entre 1,1 e 1,4 ponto percentual sobre o PIB.

Tensão diplomática e negociações em curso

A imposição das tarifas foi vista como uma retaliação política do presidente Donald Trump contra o governo brasileiro, vinculada ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a críticas à democracia no Brasil. A medida, vista como punitiva, acelerou uma crise diplomática. O governo brasileiro tenta reverter a situação via negociações diretas, enquanto atua em paralelo com medidas legais e comerciais para reduzir os danos .


📌 Conclusão

Embora o “tarifaço” de 50% sobre aço e alumínio traga riscos e incertezas ao cenário econômico brasileiro, o impacto direto sobre setores como mineração e siderurgia deve ser moderado. A principal vulnerabilidade está nos investimentos futuros e possíveis retaliações comerciais. A diversificação de mercados e a presença local em países-alvo são fatores-chave que reduzem os efeitos sobre receitas e margens.

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