
Um ano após receber sua licença bancária inicial no Reino Unido, a fintech Revolut ainda não obteve a autorização total para operar como banco completo. Em julho de 2024, a empresa conquistou uma licença com restrições da Autoridade de Regulação Prudencial (PRA), órgão ligado ao Banco da Inglaterra, entrando na fase de “mobilização”.
Nesse estágio, a Revolut está limitada a manter apenas £50 mil em depósitos de clientes — um valor muito inferior ao dos grandes bancos tradicionais como Barclays, HSBC e Santander. Os clientes da fintech continuam sendo atendidos pela unidade de moeda eletrônica, sem proteção direta do Plano de Compensação de Serviços Financeiros, que cobre até £85 mil em caso de falência.
Os atrasos na autorização total são atribuídos a fatores como o tamanho da empresa — que conta com mais de 10 milhões de clientes no Reino Unido — e preocupações regulatórias decorrentes de um histórico de fraudes e riscos percebidos. A fintech também aguarda aprovação para a licença de crédito ao consumidor, necessária para oferecer cartões de crédito.
Especialistas apontam que a postura regulatória do Reino Unido, influenciada pelas lições da crise financeira de 2008, tem sido mais rigorosa, dificultando a progressão da Revolut. Apesar disso, a empresa afirma que segue “no caminho certo” para se tornar um banco totalmente regulamentado ainda este ano, trabalhando em conjunto com a PRA.
Obter essa autorização completa é visto como uma vitória simbólica para o governo britânico, que enfrenta críticas por um ambiente regulatório e fiscal considerado desfavorável a fintechs e startups inovadoras.