
As fraudes digitais impulsionadas por tecnologia deepfake cresceram de forma explosiva no Brasil, com alta de 822% entre o 1º trimestre de 2023 e o mesmo período de 2024, segundo relatório da Sumsub, empresa global especializada em verificação de identidade. O país lidera em incidentes na comparação com grandes potências: são cinco vezes mais casos que os Estados Unidos e dez vezes mais que a Alemanha.
Enquanto métodos tradicionais de falsificação, como reimpressão de documentos e uso de edições no Photoshop, caíram 64% na América Latina no primeiro trimestre de 2025, criminosos têm migrado para técnicas mais sofisticadas. O destaque é o uso de inteligência artificial para criar identidades sintéticas, como CNHs e carteiras de identidade falsas, burlando sistemas de segurança.
No Brasil, a Sumsub registrou um aumento total de 51,5% nas tentativas de fraude de identidade em 2025, com uma média de 1,03% de verificações suspeitas apenas no primeiro trimestre. A fraude com identidade sintética foi a que mais cresceu, com avanço de 140% em relação ao ano anterior.
Entre os setores mais afetados pelas fraudes digitais, as apostas esportivas online lideram, com crescimento de 231,4% nos casos, representando 1,16% de todas as verificações realizadas. Na sequência aparecem:
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Encontros online e redes sociais: alta de 169,3%
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Fintechs: aumento de 143,2%
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Serviços financeiros tradicionais: crescimento de 136,8%
Apesar das médias gerais ficarem abaixo de 1,5%, as redes sociais e os aplicativos de relacionamento se tornaram os mais vulneráveis, com uma taxa alarmante de 4,47% de verificações fraudulentas.
De acordo com Kris Galloway, head de produtos de iGaming da Sumsub, o setor de apostas online, que cresce aceleradamente no Brasil, vive um cenário preocupante. “É fundamental que haja supervisão e regulamentação adequadas para evitar riscos à saúde mental e financeira dos usuários, além de proteger as plataformas de acessos indevidos e crimes como lavagem de dinheiro”, alerta.
A pesquisa se baseia em milhões de verificações realizadas globalmente entre o 1º trimestre de 2024 e o mesmo período de 2025, revelando um panorama crítico da evolução das fraudes digitais no país e a necessidade urgente de soluções tecnológicas e legais para combatê-las.