
Em entrevista ao videocast UOL Líderes no dia 29 de julho de 2025, o presidente da Braskem, Roberto Ramos, declarou que a empresa não voltará a explorar sal-gema, atividade que provocou o extenso afundamento do solo em bairros de Maceió (AL), como Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e parte do Farol
“Nós não vamos mais explorar sal. Nós fechamos as minas e nunca mais vamos nos envolver nessa atividade de mineração…”
A exploração de sal-gema foi encerrada definitivamente em 2021, após evidências técnicas que vincularam os afundamentos urbanos à atividade de mineração da Braskem, Ramos enfatizou que a mineração não será retomada, pois não faz parte do core business da petroquímica. A Braskem planeja preencher as cavidades subterrâneas de sal-gema com água ou areia, conforme as condições geológicas. O processo é lento e criterioso, pois o preenchimento incorreto pode gerar instabilidade lateral entre as cavernas. “Imaginamos que tem pelo menos dez anos pela frente” para concluir o processo com segurança
O afundamento do solo em Maceió afetou cerca de 60 mil pessoas, obrigadas a abandonar suas casas nos bairros atingidos, a empresa Braskem operou 35 minas de sal-gema entre 1977 e 2018, extração que resultou em grandes cavernas subterrâneas e colapsos urbanos. A empresa firmou acordos de indenização e remoção com autoridades locais, mas persistem demandas judiciais, inclusive no Tribunal de Roterdã, por reparações consideradas insuficientes por parte de vítimas
A Braskem é uma das maiores petroquímicas globais, com presença em mais de 70 países e cerca de 40 fábricas, incluindo unidades no Brasil e no exterior, a empresa já investiu bilhões em indenizações e medidas de contenção, mas enfrenta críticas sobre a eficácia das reparações referentes ao desastre de Maceió
A Braskem assume oficialmente o fim definitivo de sua atividade de mineração de sal-gema, reconhecendo que a atividade causou o maior desastre urbano ambiental do Brasil recente. O plano de recuperação das cavernas de sal em Maceió deverá durar ao menos uma década, mas as demandas por justiça e reparação ainda persistem por parte dos moradores afetados.
Se desejar, posso trazer mais detalhes sobre os processos judiciais em Roterdã, as compensações financeiras ou os impactos ambientais e sociais na região de Maceió.
