
A Samsung Electronics firmou um contrato de US$ 16,5 bilhões para fornecimento de semicondutores a uma grande empresa, conforme documento regulatório divulgado nesta segunda-feira (29). Apesar da magnitude do acordo, a identidade da contraparte permanecerá confidencial até o final de 2033, por solicitação da própria empresa contratante, que busca proteger informações estratégicas.
O contrato, que teve início efetivo em 26 de julho de 2024, com previsão de término em 31 de dezembro de 2033, reforça a posição da Samsung como um dos principais players globais no setor de fundição de chips — segmento em que atua como segunda maior fornecedora do mundo, atrás apenas da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC).
Contrato bilionário, mas sob sigilo
A Samsung informou que os detalhes do contrato, incluindo o nome do cliente, não serão divulgados até o fim do período de vigência, atendendo a uma cláusula de confidencialidade solicitada pela outra parte. A empresa também alertou os investidores sobre os riscos associados à falta de transparência total no contrato, como possíveis alterações ou até mesmo rescisão. “Investidores são aconselhados a agir com cautela”, destacou o documento.
Mesmo com as restrições de divulgação, as ações da Samsung subiram mais de 2% no início do pregão, refletindo otimismo do mercado em relação à força do novo contrato.
Desafios com chips para IA e concorrência acirrada
A Samsung, que deve divulgar seus resultados financeiros nesta quinta-feira, enfrenta previsões de queda de mais de 50% no lucro do segundo trimestre. Segundo analistas, o resultado fraco se deve a uma demanda abaixo do esperado na divisão de fundição e à dificuldade da unidade de memória em atender ao mercado de inteligência artificial.
A companhia também tem enfrentado pressão da concorrência. A SK Hynix, sua principal rival sul-coreana, lidera a produção de chips de memória de alta largura de banda (HBM), essenciais para aplicações em IA. A empresa já fornece esse tipo de chip para a gigante americana Nvidia, enquanto a Samsung ainda busca a certificação de sua versão mais recente de HBM — que, segundo reportagens locais, pode ser adiada até setembro.