INDÚSTRIA
Tendência

Tarifas dos EUA sobre o aço elevam custos e pressionam indústrias

Tarifas dobradas aumentam preços domésticos e afetam setores como automotivo e defesa

Os Estados Unidos implementaram tarifas sobre o aço e o alumínio que começaram em março de 2025 com alíquotas de 25% e foram elevadas para 50% em junho, como parte da política de proteção da indústria nacional sob a Seção 232 da Lei de Expansão Comercial.

Esse aumento fez com que siderúrgicas como Steel Dynamics e Cleveland‑Cliffs ajustassem seus preços. Nos EUA, o aço da Steel Dynamics passou de US$ 998 por tonelada no primeiro trimestre para US$ 1.134 no segundo, enquanto a Cleveland‑Cliffs subiu de US$ 980 para US$ 1.015 — alta acumulada de 16% nos preços internos.


Impacto nas indústrias consumidoras

Setores intensivos em aço, como o automotivo e o de defesa, enfrentam pressão crescente. Executivos da Daimler Truck North America alertaram para novos aumentos de custo e margens apertadas no curto prazo.

Relatos indicam que cerca de 2.000 funcionários foram dispensados nos EUA pela Cleveland‑Cliffs, em meio à reorganização diante das novas condições de mercado.


 Reflexo nos preços ao consumidor

Apesar das tarifas afetarem diretamente os produtores, o relatório mais recente do Federal Reserve (“Beige Book”) nota que os aumentos de custo ainda não foram totalmente repassados ao consumidor, mas diminuíram as margens de lucro das empresas, sinalizando ajustes que podem resultar em mais inflação nos próximos meses.

Uma análise do Deutsche Bank confirma que os importadores americanos estão absorvendo boa parte dos custos, o que atua como um amortecedor temporário, mas não elimina a expectativa de repasse aos consumidores em breve.

Repercussões globais

Aumento das tarifas impacta não apenas os EUA. A siderúrgica espanhola Acerinox registrou prejuízo de €28 milhões no segundo trimestre de 2025, invertendo lucros do ano anterior. A instabilidade comercial reduziu a demanda e levou a pressões sobre os preços na Europa.

Empresas globais do setor automotivo, como a Hyundai, também relataram queda de lucros e estimam que os efeitos adversos impostos pelas tarifas continuarão no terceiro trimestre, com possível recuo no desempenho se mantida a sobretaxação.


Conclusão: quem paga a conta?

  • Produção nacional reaja: as siderúrgicas dos EUA expandem preços em ambiente menos competitivo por importações externas.

  • Indústrias intensivas sofrem: setores automotivo e defesa são altamente impactados por aumento nos insumos.

  • Consumidor americano pressionado: embora o impacto ainda seja contido, a inflação em setores como eletrodomésticos, brinquedos e alimentos já está registrando alta expressiva.

  • Mercado global convulsiona: exportadores redirecionam ofertas, mercados se ajustam e cadeias produtivas realinham estratégias.

    Perspectivas e riscos

    A intensificação das tarifas reforça o protecionismo de Trump, mas aumenta os custos para empresas norte-americanas — que, para manter competitividade, acabam pressionando consumidores ou reduzindo margens. O cenário também gera maior volatilidade nas cadeias globais de fornecimento e amplia o risco de inflação global em 2026.

    Empresas como Acerinox, Hyundai e outras conglomeradas automotivas enfrentem ajuste de preços, reformulação de estratégias produtivas e adoção de fontes regionais de insumos para mitigar o impacto contínuo das tarifas

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo