
As ações da Vale (VALE3) registraram forte valorização nas últimas semanas, refletindo o avanço do preço do minério de ferro e o anúncio de grandes projetos de infraestrutura na China. Na última segunda-feira (21), os papéis da mineradora subiram até 2,8%, atingindo R$ 56,28, impulsionados pela alta de 2,08% no preço do minério de ferro na Bolsa de Dalian. O movimento foi reforçado pelo anúncio da construção de uma mega hidrelétrica no Tibete, com investimento estimado em US$ 170 bilhões, projetada para ser a maior do mundo. Analistas apontam que o projeto pode elevar a demanda por aço e, consequentemente, por minério de ferro, beneficiando empresas como a Vale, CSN e Gerdau.
Além disso, o preço do minério de ferro superou a marca de US$ 100 por tonelada, atingindo os maiores níveis em cinco meses, o que também contribuiu para a valorização das ações da Vale. O movimento foi impulsionado por pacotes de estímulo anunciados pelo Banco Popular da China, visando impulsionar a economia e alcançar a meta de crescimento de 5% do PIB. Essas medidas incluem cortes nas taxas de juros e refinanciamento de hipotecas, com foco no setor imobiliário e de infraestrutura, que são grandes consumidores de aço.
No segundo trimestre de 2025, a Vale registrou produção de 83,6 milhões de toneladas de minério de ferro, representando um aumento de 3,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar da queda de 3,1% nas vendas, a empresa manteve uma sólida posição no mercado, beneficiada pela alta nos preços da commodity e pela recuperação da demanda global.
Analistas recomendam cautela, destacando que, embora os estímulos chineses possam impulsionar a demanda por aço e minério de ferro, é necessário monitorar a implementação efetiva dos projetos e os impactos econômicos a longo prazo. Entretanto, o cenário atual apresenta perspectivas positivas para a Vale e outras mineradoras brasileiras no mercado global.