
A plataforma X, de propriedade de Elon Musk, negou nesta segunda-feira (21) as acusações feitas por autoridades francesas em uma investigação criminal que apura suposta adulteração de dados e extração fraudulenta de informações. A empresa também afirmou que não irá atender à solicitação do Ministério Público francês de entregar seu algoritmo e dados em tempo real dos usuários.
Em uma publicação oficial por meio de seu perfil de assuntos governamentais globais, a X classificou a investigação como “politicamente motivada” e argumentou que a ação busca restringir a liberdade de expressão na plataforma.
“As autoridades francesas abriram uma investigação criminal com motivações políticas, baseada em alegações infundadas de manipulação algorítmica e extração ilícita de dados. Negamos categoricamente essas acusações”, declarou a empresa.
A investigação teve início em janeiro, após denúncias feitas por um parlamentar francês e por um alto funcionário público, que apontavam o uso do algoritmo da X para possíveis tentativas de interferência estrangeira. Neste mês, o caso foi transferido para uma unidade especializada da polícia nacional francesa, com foco na adulteração de sistemas automatizados e extração fraudulenta de dados.
De acordo com a X, as autoridades exigiram acesso integral ao seu algoritmo de recomendação e ao fluxo de postagens em tempo real da plataforma, alegando que uma equipe de especialistas analisaria os dados para revelar como a empresa opera.
Ainda segundo a X, os detalhes exatos da acusação não foram compartilhados. “Mesmo com informações limitadas, acreditamos que a lei francesa está sendo manipulada para perseguir objetivos políticos e limitar a liberdade de expressão”, diz o comunicado.
A empresa de Elon Musk reforçou que, por essas razões, decidiu não atender às exigências do governo francês, amparada por seu direito legal. “Essa não foi uma decisão tomada levianamente, mas os fatos falam por si”, afirmou.
A rede social também criticou abertamente os dois especialistas designados para revisar os dados da plataforma: David Chavalarias, diretor do Instituto de Sistemas Complexos de Paris (ISC-PIF), e Maziyar Panahi, líder da plataforma de IA da mesma instituição. Segundo a X, ambos já demonstraram publicamente hostilidade contra a empresa.
Chavalarias é o responsável pela campanha “Escape X”, que incentiva usuários a abandonarem a rede social. Já Panahi teria participado de pesquisas junto a Chavalarias com críticas diretas à atuação da plataforma. A empresa argumenta que a escolha dos dois compromete a imparcialidade da análise.
“O envolvimento desses especialistas levanta sérias preocupações sobre a justiça e a motivação política da investigação. Um processo com resultado previamente direcionado não pode ser considerado justo”, finalizou a empresa.