A Bullish, exchange de criptomoedas apoiada pelo bilionário Peter Thiel, deu entrada em seu pedido de abertura de capital (IPO) na última sexta-feira (18), marcando mais um passo da indústria cripto rumo ao mercado financeiro tradicional.
A empresa, que pretende ser listada na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) sob o ticker “BLSH”, é liderada por Tom Farley, ex-presidente da própria NYSE e figura de destaque no setor financeiro.
Originada como um spin-off da Block.one, a Bullish atraiu investimentos iniciais de fundos como o Founders Fund e a Thiel Capital, além de grandes nomes do setor como Nomura e Mike Novogratz. Em 2023, a empresa também adquiriu o portal de notícias especializado em criptomoedas CoinDesk.
De acordo com informações divulgadas no prospecto enviado à SEC, a Bullish movimentou, somente no primeiro trimestre de 2025, mais de US$ 2,5 bilhões em volume médio diário, posicionando-se entre as cinco maiores exchanges de negociação à vista de Bitcoin e Ether, ao lado de gigantes como Binance, Coinbase e Kraken. Desde seu lançamento, o volume total negociado na plataforma já ultrapassa US$ 1,25 trilhão.
Crescimento do setor e cenário regulatório
O IPO da Bullish se junta a uma série de movimentos significativos no setor cripto em 2025. A Circle, emissora da stablecoin USDC, já valorizou mais de sete vezes desde seu IPO em junho. A plataforma de investimentos eToro estreou na bolsa em maio, e a Galaxy Digital, de Mike Novogratz, transferiu sua listagem da Bolsa de Toronto para a Nasdaq no mesmo mês. Já em junho, a Gemini, corretora fundada pelos irmãos Winklevoss, entrou com um pedido confidencial de IPO nos EUA.
O momento também é marcado por um avanço na regulamentação. O presidente Donald Trump sancionou a Lei GENIUS, que estabelece regras básicas de proteção ao consumidor para stablecoins — criptomoedas lastreadas em ativos como o dólar americano, com o objetivo de minimizar a volatilidade.
No documento de registro, a Bullish destaca sua missão de “impulsionar a adoção de stablecoins, ativos digitais e tecnologia blockchain”, alinhando-se a um movimento mais amplo de institucionalização das criptomoedas.
Além disso, grandes nomes do setor como Thiel, Elon Musk e David Sacks (conselheiro de IA e criptomoedas de Trump) têm apoiado financeiramente a reeleição do ex-presidente, na esperança de consolidar uma agenda favorável à legalização e regulamentação dos ativos digitais nos EUA.
Enquanto isso, o Bitcoin continua em trajetória de valorização e já ultrapassa US$ 117 mil, bem acima dos US$ 94 mil registrados no início do ano — reflexo do aumento do interesse institucional e de políticas públicas mais amigáveis ao setor.
