
O mercado físico do boi gordo começou a sentir os reflexos das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. De acordo com Fernando Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado, a incerteza provocada pela medida levou diversos frigoríficos a se retraírem das negociações ao longo do dia.
“A turbulência gerada pelo anúncio das tarifas levou à paralisação de compras por parte de muitos frigoríficos. No mercado futuro, os contratos também recuaram fortemente, refletindo a importância dos EUA para as exportações brasileiras”, explicou Iglesias. Segundo ele, os Estados Unidos respondem por cerca de 15% das exportações do setor em 2025, e o aumento das tarifas pode comprometer a competitividade do Brasil frente a concorrentes como Austrália, Argentina e Uruguai. “Se não houver uma reversão até o fim do mês, há risco real de perda de participação no mercado norte-americano”, alertou.
Atacado apresenta preços mistos e carne de frango ganha destaque
No atacado, os preços da carne bovina registraram variações. Iglesias aponta que o início do mês geralmente favorece o consumo, abrindo espaço para eventuais reajustes. No entanto, a carne de frango tem se mostrado mais competitiva, especialmente em comparação com a bovina.
Entre os cortes, o quarto traseiro recuou R$ 0,50 e foi negociado a R$ 22,50 por quilo. Já o quarto dianteiro manteve-se estável em R$ 18,75 por quilo, enquanto a ponta de agulha teve leve alta, cotada a R$ 18,50 por quilo, uma valorização de R$ 0,25.
Dólar fecha em alta após dia de volatilidade
O câmbio também refletiu o cenário externo. O dólar comercial fechou em alta de 0,69%, sendo cotado a R$ 5,5407 para venda e R$ 5,5387 para compra. Durante o pregão, a moeda norte-americana variou entre R$ 5,5250 na mínima e R$ 5,6215 na máxima.