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Brasil reage às tarifas de 50% dos EUA e agronegócio pede solução diplomática urgente

Abag, CNA e Fiesp alertam para impactos bilaterais das novas tarifas impostas por Trump e defendem negociação entre Brasil e Estados Unidos para evitar prejuízos ao comércio exterior e consumidores americanos. Perguntar ao ChatGPT

A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) manifestou nesta quinta-feira (11) preocupação com as tarifas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos e defendeu uma solução por meio do diálogo diplomático entre os dois países. A entidade classificou a medida imposta pelo presidente norte-americano Donald Trump como uma “questão política” que exige debate institucional.

O anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com início previsto para 1º de agosto, veio acompanhado de críticas de Trump a decisões judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ações brasileiras que, segundo ele, prejudicariam empresas americanas do setor de redes sociais.

Segundo a Abag, não há fundamentos econômicos para a imposição das novas tarifas, especialmente diante do histórico superavitário dos EUA no comércio com o Brasil. Para a associação, o país é um “parceiro confiável e estabelecido”, e a medida representa um retrocesso nas relações comerciais.

Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista à TV Record, que seu governo buscará inicialmente uma negociação direta com Washington. No entanto, ele também alertou que o Brasil adotará medidas de reciprocidade caso não haja avanços nas conversas.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificou a tarifa como uma “ação indecente” e afirmou que o governo federal está empenhado na abertura de novos mercados para mitigar os efeitos da decisão.

A Abag alertou ainda que a medida afeta não apenas os exportadores brasileiros, mas também consumidores norte-americanos, com provável alta nos preços de itens como café e suco de laranja — produtos em que os EUA são fortemente dependentes da produção brasileira.

Entre os setores do agronegócio mais impactados estão os de papel e celulose, carne bovina, suco de laranja, açúcar e café.

Também em nota, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reforçou a necessidade de uma solução negociada e defendeu “pragmatismo” nas tratativas diplomáticas. “Nossa esperança é que os canais diplomáticos sejam intensamente acionados para que a razão e o pragmatismo prevaleçam em benefício mútuo”, destacou a entidade.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) compartilhou o apelo por negociações serenas, pautadas em “fatos e dados concretos”, e ressaltou as múltiplas oportunidades de cooperação comercial entre os países. A entidade citou iniciativas nas áreas de biocombustíveis — como o SAF (combustível sustentável de aviação) —, integração energética, exploração de terras raras e projetos conjuntos de digitalização econômica com base em energia limpa.

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