
Entre 2014 e 2024, tanto o Brasil quanto a Índia alcançaram níveis de investimento em ativos intangíveis comparáveis aos de economias avançadas da União Europeia. A combinação de infraestrutura física com capacidades imateriais tem potencializado os efeitos econômicos da inteligência artificial.
O Brasil figura entre as 27 economias de renda média e alta que registraram crescimento de aproximadamente 3% nos investimentos em ativos intangíveis em termos reais, passando de US$ 7,4 trilhões em 2023 para US$ 7,6 trilhões em 2024.
As informações são da segunda edição do relatório “Destaques do Investimento Intangível Mundial”, elaborado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) em parceria com a Luiss Business School, da Itália.
Estados Unidos lideram em volume absoluto
Em 2024, os investimentos em ativos intangíveis — como dados, softwares, marcas e demais elementos ligados à propriedade intelectual — cresceram três vezes mais do que os aportes em bens físicos, como máquinas e edificações. Esse movimento ocorreu em um cenário de juros elevados e recuperação econômica lenta.
Com US$ 4,7 trilhões aplicados em ativos intangíveis, os Estados Unidos lideraram em valores absolutos, superando juntos os montantes investidos por França, Alemanha, Japão e Reino Unido.
Brasil apresenta maior intensidade de investimento que Espanha e Grécia
A Suécia manteve-se como o país com maior intensidade de investimento em ativos intangíveis, atingindo 16% do PIB. Na sequência aparecem Estados Unidos, França e Finlândia, com 15%.
O Brasil apresentou uma intensidade de 8,5% do PIB, semelhante à da Polônia (8,4%), e superior à da Espanha (7,8%) e da Grécia (7,6%). Em 2021, os investimentos brasileiros em ativos intangíveis somaram US$ 244 bilhões.
Marcas lideram entre ativos intangíveis no Brasil
Entre as categorias de ativos intangíveis, o Brasil se destaca no segmento de marcas, que representa cerca de 25% do investimento total nacional.
No cenário global, a categoria de software e bancos de dados foi a que mais cresceu entre 2013 e 2022, com aumento médio anual de 7%, impulsionada pela adoção de inteligência artificial e ferramentas digitais.
O relatório ressalta que ativos como dados, propriedade intelectual, marcas, fluxos de trabalho e competências humanas são essenciais para transformar infraestruturas físicas em sistemas inteligentes, produtivos e confiáveis.
A integração entre ativos tangíveis e intangíveis amplia o impacto econômico da inteligência artificial, refletindo a natureza híbrida da tecnologia — ao mesmo tempo infraestrutura e ferramenta de uso geral.
Com informações da Agência ONU.