
O anúncio do bilionário Elon Musk sobre a criação de um novo partido político nos Estados Unidos, o “America Party”, provocou uma reação imediata e negativa no mercado financeiro. As ações da Tesla caíram mais de 4% nesta segunda-feira (7), resultando em uma perda estimada de US$ 13,5 bilhões (cerca de R$ 70 bilhões) em seu patrimônio pessoal. A instabilidade reflete a crescente preocupação entre acionistas quanto ao foco de Musk na condução da montadora de veículos elétricos, que já enfrenta queda nas entregas e aumento na pressão competitiva.
O movimento político, apresentado como uma resposta direta ao pacote de cortes de impostos do presidente Donald Trump, ampliou o desgaste na relação entre os dois. Desde que deixou o comando do Departamento de Eficiência Governamental, Musk tem intensificado suas críticas à administração federal, gerando receio de retaliações que afetem diretamente contratos e subsídios federais vinculados à Tesla.
Analistas apontam que o maior temor entre investidores não está apenas nas disputas políticas, mas na possibilidade de Musk perder o foco em sua gestão. Dan Ives, da Wedbush, resume o sentimento como uma “exaustão” diante do envolvimento contínuo do executivo com pautas externas à empresa. A instabilidade já se traduz em números: desde o pico de valorização após a reeleição de Trump, as ações da Tesla recuaram 35%, encerrando a última semana a US$ 315,35.
Embora Musk tenha prometido em maio permanecer como CEO da Tesla pelos próximos cinco anos e reduzir sua atuação política, o lançamento do “America Party” contraria esse compromisso e reacende o debate sobre sua real dedicação aos negócios da montadora. Especialistas alertam que, se o bilionário não retomar uma postura mais centrada nos interesses da empresa, a confiança do mercado pode continuar a se deteriorar.
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